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Criação de Ministério de Direitos Humanos foi ‘ofensa’, diz deputado da bancada da bala

Defensor da criação do “Ministério da Segurança”, o presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, deputado Capitão Augusto (PR-RS), revelou nesta quarta-feira (22) que viu a criação do atual Ministério dos Direitos Humanos, em fevereiro desse ano, como “uma ofensa”.

Integrante da chamada “bancada da bala”, ele aproveitou uma audiência pública da comissão com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, para questioná-lo a respeito da criação de uma pasta exclusivamente voltada para a área, deixando o convidado “à vontade” para responder ou não.

Ao embasar sua pergunta, ele relatou ter tido, “no passado recente”, uma reunião com o presidente Michel Temer (PMDB) e o então ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes –posteriormente empossado ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)– para tratar de seu pleito, apoiado por outros integrantes da comissão.

“Daquela reunião, resultou apenas a mudança de nome [de Ministério da Justiça e Cidadania] para Ministério da Justiça e Segurança Pública. Nós queríamos, eu pelo menos gostaria muito, de ter um ministério”, lamentou, sendo interrompido por uma colega, que o lembrou: “como resposta, criaram o ministério dos Direitos Humanos”.

A pasta é comandada pela desembargadora aposentada Luislinda Valois, que até então chefiava a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão vinculado ao Ministério da Justiça.

Ex-oficial da Polícia Militar, José Augusto Rosa está em seu primeiro mandato como deputado federal e costuma circular fardado pela Câmara. O deputado reclamou ainda que houve pouco avanço na questão da segurança, “que é uma prioridade no Brasil”.

“Nem politicamente é interessante nós falarmos que a segurança é mais importante do que a educação e a saúde. Politicamente o pessoal gosta de falar que ‘primeiro a saúde, a educação e depois a segurança’. Não”, afirmou. Para ele, a segurança é a base de qualquer sociedade, “do país, da pessoa, da família”. “Tivemos até Ministério da Pesca!”, ironizou.

Sem se aprofundar na resposta, Torquato disse que a mudança no ministério não se restringiu ao nome. “Hoje a maior parte do nosso orçamento e pessoal é de segurança pública”, declarou o ministro.

Jardim foi convidado a participar da audiência para falar do porte de armas no Brasil e explicar suas polêmicas declarações sobre a cúpula da segurança pública no Rio de Janeiro.

Fonte: UOL
Créditos: UOL