Operação Contra-Ataque

Megaoperação para combater ataques no Ceará captura 42 pessoas na madrugada deste sábado

Cerca de 5.787 agentes de segurança e de órgãos parceiros participaram da operação

A operação policial Contra-ataque, deflagrada para combater a onda de ataques no Ceará ocorrendo desde o dia 2 de janeiro, capturou 42 pessoas, incluindo maiores presos e menores apreendidos, entre as 17 horas dessa sexta-feira (25) e as 3 horas da madrugada deste sábado (26).

A secretaria classificou a ofensiva como “megaoperação”. O objetivo é realizar saturação em pontos sensíveis de Fortaleza e Região Metropolitana apontados pelos setores de inteligência policial.
Além disso, 11 armas de fogo e 4,36 kg de drogas foram apreendidas, segundo a Secretaria de Segurança do Ceará.

Cerca de 5.787 agentes de segurança e de órgãos parceiros participaram da operação, sendo 4.020 da Polícia Militar, 206 Bombeiros, 570 policiais civis, quatro peritos forenses, 152 agentes penitenciários, 262 policiais rodoviários federais, 120 guardas municipais de Fortaleza, 39 profissionais da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciopaer), oito fiscais da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) e 406 policiais da Força Nacional.
Secretário de administração penitenciária

Desde o início das ações criminosas, ocorreram 257 ataques contra ônibus, carros, prédios públicos, prefeituras e comércios em 50 dos 184 municípios cearenses. Os crimes começaram em Fortaleza e se espalharam para a Região Metropolitana e diversas cidades do interior. A Secretaria da Segurança Pública do Ceará confirmou que 430 pessoas já foram detidas por envolvimento nas ações criminosas.

Os ataques no Ceará começaram após uma declaração do secretário Mauro Albuquerque de que “não reconhece facções” no estado. Áudios compartilhados entre membros de facções do Ceará revelaram que as ordens para as ações criminosas partiram de presidiários. Em um dos áudios, um detento diz que a sequência de crimes é uma tentativa de fazer com que o secretário desista de medidas que tornaram mais rigorosa a fiscalização no sistema penitenciário.
Reforço na segurança

Desde a última terça-feira (22), agentes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária desembarcaram no Ceará para atuar dentro dos presídios, quantitativo que deve aumentar, conforme Mauro Albuquerque.

“Estou esperando mais um reforço do Depen (Departamento Penitenciário Nacional). Espero que eles mandem, porque essa é a hora para a gente conseguir fazer isso mais rápido”, afirmou.
Albuquerque também destacou a necessidade de a população “ficar tranquila” e contribuir com o trabalho das forças de segurança, sobretudo após ser sancionada a “Lei da Recompensa”.

“Nosso maior apoio está na população, ela é a maior vítima, mas o maior aliado. Todos eles sabem onde tem um foragido, uma boca de fumo, então denuncie. Denuncie. É totalmente seguro, porque a gente vai lá buscar e vai cuidar dentro do sistema penitenciário”, disse

“Não fique refém da bandidagem, é esse o momento que as pessoas de bem têm que virar esse jogo. É dever da Segurança e responsabilidade de todos. Se todo mundo que sabe denunciar, a gente consegue limpar essa cidade rapidinho”, completou.

As denúncias, com sigilo garantido, podem ser realizadas por meio do 181, o Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS).

O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios. O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.

Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior.

O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.

A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.

A onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair.
35 membros de facções criminosas foram transferidos do Ceará para presídios federais desde o início dos ataques, segundo o último balanço do Ministério da Justiça.

Agentes penitenciários apreenderam 2,3 mil celulares nos presídios cearenses durante os ataques.

Fonte: G1
Créditos: G1