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Dono de distribuidora é preso suspeito de comprar petróleo furtado da Petrobras

Amaral Alves Pedro é um dos presos na Operação Conexão Clandestina

O empresário Amaral Alves Pedro, dono de uma distribuidora de combustíveis em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, foi preso, na quarta-feira (22), suspeito de comprar petróleo furtado de dutos da Petrobras, no Rio de Janeiro. De acordo com a Polícia Civil, Amaral processava o produto furtado e revendia para outras empresas. Outras 14 pessoas são suspeitas de participar do esquema.

De acordo com o delegado Danilo Martins, a polícia calcula que a quadrilha desviou, só este ano, 30 milhões de litros de petróleo. “Na empresa foram localizados vários documentos relativos à negociação de petróleo. O proprietário da empresa, além da investigação que corre contra ele no Rio de Janeiro, responderá em Luziânia por receptação de produto roubado”, disse.

A defesa do empresário informou à TV Anhanguera que Amaral é inocente e não tem qualquer tipo de envolvimento com a quadrilha.

A prisão do empresário ocorreu na manhã de quarta-feira, e integra a Operação Conexão Clandestina, que cumpriu 14 mandados de prisão em Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. As investigações foram conduzidas pelo Ministério Público fluminense e paulista, pelas polícias Civis dos estados, com o apoio do MP-GO e da polícia goiana.

Martins afirmou que foram recolhidas amostras de óleo, que serão analisadas no laboratório da Petrobras em Betim, em Minas Gerais. O resultado destes testes deve sair nesta quinta-feira (23).

O G1 entrou em contato, por telefone email às 7h15, com a assessoria de imprensa da Petrobras, e aguarda um posicionamento sobre o caso.

De acordo com a investigação, o petróleo era furtado diretamente de dutos da Petrobras Transporte (Transpetro). Segundo o MP, os locais de passagem dos dutos da Transpetro mais acessíveis eram identificados pela quadrilha e alguns dos integrantes, então, instalavam uma válvula para desviar o material diretamente aos caminhões, que, depois, seguiam para refinarias clandestinas, entre elas, a distribuidora de Luziânia.

A apuração do furto começou depois que um caminhão carregado com petróleo cru foi apreendido depois de atolar em Magé, na Baixada Fluminense. Conforme o Ministério Público, no veículo foi encontrada uma nota fiscal fria passada pela empresa de propriedade do líder da organização.

Os envolvidos foram denunciados por organização criminosa, furto qualificado, receptação e falsidade ideológica.

Organização

Gilberto Ravarola Corrêa foi preso no Rio de Janeiro suspeito de ser o líder da organização criminosa. De acordo com a Polícia Civil, em uma mala que estava no carro dele foram encontradas ferramentas usadas para fazer as perfurações nos dutos. O irmão dele, Cassiano Rivarola, também foi preso, em uma casa de luxo de São Paulo.

Na Baixada Fluminense, um policial militar do Batalhão de Duque de Caxias foi preso apontado de ser ajudante de Gilberto. Todos os envolvidos negaram participação no esquema ao serem presos e ouvidos na delegacia.

Na região, investigadores identificaram um duto com 180 furos. Um vídeo feito pelos próprios criminosos mostram o momento em que uma retroescavadeira é usada para fazer as perfurações, assista aqui.

Fonte: G1
Créditos: G1