Time que "compra e paga" - Por Rubens Nóbrega

- Meu amigo Vladi, lhe espero no time que compra e paga. Lhe espero, com Flavinho, no 40. Preciso muito de você, agora e em 2016. *** Faço parte do time que recebeu anteontem o vídeo onde está gravado o convite feito com as palavras e frases que abrem esta coluna. Não comprei nem paguei um centavo. Vi e ouvi de graça aquele chamamento da boca e alegria do empresário Fábio Tyrone, ex-prefeito de Sousa e atual secretário-chefe da Casa Civil do Governador.

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– Meu amigo Vladi, lhe espero no time que compra e paga. Lhe espero, com Flavinho, no 40. Preciso muito de você, agora e em 2016.
***
Faço parte do time que recebeu anteontem o vídeo onde está gravado o convite feito com as palavras e frases que abrem esta coluna. Não comprei nem paguei um centavo. Vi e ouvi de graça aquele chamamento da boca e alegria do empresário Fábio Tyrone, ex-prefeito de Sousa e atual secretário-chefe da Casa Civil do Governador.
Com esse vídeo, aquela autoridade vestiu tremenda saia justa na candidatura à reeleição de Ricardo Coutinho (PSB). Digo assim porque a coligação adversária não perdeu tempo e anunciou ontem mesmo, através do seu Jurídico, que vai pedir à Justiça Eleitoral uma investigação sobre o suposto esquema de compra (e pagamento) de votos e apoios que se infere do aparente boquirrotismo do secretário.
O anúncio do pedido ao TRE-PB foi feito pelo advogado Harrison Targino no Correio Debate, da rádio Correio FM de João Pessoa. Um dos principais assessores da campanha de Cássio Cunha Lima (PSDB), Doutor Harrison disse que o Doutor Tyrone cometeu um evidente, inegável e irrecorrível crime eleitoral. O pretenso delito enquadraria o autor nos rigores do Art. 299 do nosso Código Eleitoral (Lei 4737/65).
O dispositivo legal tem a seguinte redação: “Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita: pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa”.

 

Mas o que mata…

Bastante verossímil a explicação de ‘Flavinho’. O que estraga, contudo, é o complemento da expressão ‘time que compra e paga’. Porque logo após Tyrone diz o seguinte: “Lhe espero, com Flavinho, no 40”. Poderia ser um bar ou um bairro de Sousa, mas não é. O ‘Quarenta’ identifica o partido (PSB) de Ricardo Coutinho e, principalmente, o número com que o governador se oferece à digitação do eleitor na urna eletrônica. Pra arrematar, o secretário acrescenta um apelo a Vladimir: “Preciso muito de você, agora e em 2016”.
“Agora”, todo mundo sabe, é o segundo turno das eleições do ano da graça de 2014. E “2016”, a julgar pelo entusiasmo de Tyrone, é uma referência ao ano em que muito provavelmente tentará retornar à Prefeitura de Sousa. Na condição de contribuinte e cidadão, só espero uma coisa: se for, que o seja de graça e nas graças dos eleitores da magnífica cidade sertaneja. E não da forma como o ex-prefeito dá a entender no vídeo infeliz no qual deixou-se gravar, feliz por pertencer a um “time que compra e paga”.

 

Habilitação eleitoral?

Sobre o Programa de Carteira de Habilitação Social, do Governo do Estado, solicitei desde anteontem ao Detran e ao próprio governador respostas, comentários ou desmentidos – sempre com objetivo de esclarecimento – para as seguintes questões levantadas por um leitor que sugeriu a ‘pauta’ à coluna:
• foi o ex-governador Maranhão quem sancionou (o programa) em outubro de 2009;
• por que o Governador atual só faz (a habilitação social) no Ano de Eleição, de Estela (Estelizabel Bezerra, à Prefeitura da Capital em 2012) e agora dele (à reeleição)?
• pode aumentar a quantidade de vagas no ano de eleição?
• na primeira versão não havia o decreto regulamentando;
• em outros estados, como Pernambuco, existe uma continuidade (do programa) ano após ano, não só em ano de eleição.
Calado como resposta

Até 18h30 de ontem nada recebi do Detran ou do governador. As mensagens que mandei foram via i-meio para a Ouvidoria do órgão e o endereço de correio eletrônico ricovc@terra.com.br. Em seguida, como faço sempre desde o advento do Twitter, tuitei um aviso de remessa para @realrcoutinho e @detrangovpb. Vêm a ser, respectivamente, os perfis do governante e da autarquia naquela ‘rede social’. Ambos foram, portanto, devidamente notificados do meu pedido de informações e esclarecimentos, mas nada quiseram ou puderam informar ou esclarecer. De qualquer modo, se algo vier de lá, quando vier, será publicado com todo gosto.