Solidariedade aos idosos

Rubens Nóbrega

A data precisa ainda não descobri, mas fiquei sabendo que em agosto próximo o Lar da Providência Carneiro da Cunha, de João Pessoa, vai completar cem anos de existência, idade a que chegam e podem chegar muitos dos seus 113 internos.

Fiquei sabendo do centenário do Lar da Providência graças a News Comunicação, escritório de assessoria de imprensa de muita competência que também está informando aos colegas sobre dificuldades da instituição para se manter.

Sobrevivendo de doações esporádicas, da contribuição de poucos internos que têm condições para tanto e de recursos da congregação das Irmãs Pobres de Santa Catarina de Sena, o Lar está precisando muito de fraldas geriátricas, lençóis e toalhas.

Evidente que não tem dinheiro para prover esses materiais na quantidade necessária e na qualidade merecida pelos idosos acolhidos pelo Lar. Há que se recorrer, então, à solidariedade das pessoas anônimas, públicas e empresas de boa vontade.

Uma campanha para receber donativos foi iniciada desde o mês passado, mas é preciso reforçá-la, inclusive porque os velhinhos e as velhinhas do Lar também estão muito carentes de material de higiene pessoal e de limpeza.

Outra carência enorme, segundo a odontóloga voluntária Regina Coeli Zaccara Pereira, é de natureza emocional.

“Os idosos sentem falta do contato com outras pessoas. Se cada um dispusesse de um tempinho para visitá-los, conversar com eles (principalmente aqueles abandonados pela família), seria muito bom”, disse a Doutora Regina.

Além de prestar seus serviços profissionais de forma gratuita, ela e o marido estão recuperando um consultório odontológico em uma das salas do Lar para atender aos internos da instituição.

Bem, enfim, para quem ainda não conhece, não sabe onde é nem como fazer para doar e se doar, aí vão as coordenadas: o Lar da Providência fica na Avenida Santa Catarina, nº 5, no Bairro dos Estados.

Quanto às contribuições e intenções de se tornar voluntário(a), interessados e interessadas devem entrar pessoalmente em contato com a direção ou através dos telefones com os números 3133-3072, 9981-0043, 8610-5745 e 8610-5702.

Vá lá, converse com as irmãs e faça o melhor que lhe for possível. Aos cristãos que atenderem ao apelo, a certeza de que “tudo é pouco por Jesus”, como diria a Madre Savina Petrilli, a bem-aventurada fundadora da Congregação.

 

Governo gambiarra

Não disse? Dal é assim. Demora, mas quando ele (re)aparece…

Depois do relato de anteontem sobre obras públicas malfeitas, fantasmas e abandonadas na Capital e no interior, ele retorna à coluna para lamentar que estaríamos vivendo sob o império do que chama de ‘governo gambiarra’.

Boa parte da culpa pelo que acontece (ou não) no Estado ele põe nos arranjos e jeitinhos que caracterizariam a ação administrativa do Ricardus I, graças à presença no governo de executivos do gênero polivalente, Bombril, coringa…

Vamos ao que diz o meu amigo em sua nova ‘dalinária’. Depois eu volto. Deixo vocês com ele a partir deste ponto.

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Rubens, não sei se você já se deparou com a figura do faz tudo do condomínio. Refiro-me ao cara que é bombeiro encanador, eletricista, pintor, pedreiro e o que mais o condômino precisar.

Na verdade, ele faz de tudo um pouco, mas não é especialista em nada; sendo assim, faz todos os serviços, mas nenhum é bem executado. Resumindo, cada condomínio tem o seu mestre em gambiarras.

Quero, contudo, deixar consignado todo o meu respeito a esse tipo de profissional, que tem lá a sua serventia e, não devemos nos esquecer, tem que se virar nas sete ciências para levar o pão de cada dia para casa.

Na vida privada, situações e serviços dessa natureza são compreensíveis. Mas na vida pública a história deveria ser outra. Não é o que acontece no governo de Ricardo Coutinho, por exemplo, que parece uma gambiarra só.

No governo de Sua Majestade, como você chama, secretários portam-se como se fossem competentes para exercer as mais diversas funções. A mais famosa que conheço é Aracilba Rocha, que já foi de tudo. Entende de água, trânsito, energia elétrica…

Lendo o jornal de hoje, vejo que o governo está repleto desses modelos. Seria o caso de Laura Farias, que já foi do trânsito, da coleta de lixo e da administração municipal (na Prefeitura da Capital) e agora está no meio ambiente do Estado.

Com todo o respeito às competências que as pessoas têm, entendo que cada profissão tem suas particularidades. Não existe ser humano completo, capaz de entender de tudo, embora alguns pensem o contrário.

E porque pensam assim o resultado a gente vê, claramente: um governo tocado no jeitinho, no picadinho, um governo verdadeiramente gambiarrado.

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Discordo em parte do amigo Dal, inclusive porque admiro particularmente a Doutora Aracilba, engenheira civil e especialista em gerenciamento de empresas públicas, uma faz tudo diplomada, testada, validada e aperfeiçoada na prática.