Ricardo peca por omissão, ou dados negativos da sua gestão são “teorias da conspiração?” 

Por Eliabe Castor

Existem alguns que falam numa imprensa “marrom”, comprada e viciada na Paraíba. Respeito essas opiniões, pois o contraditório, na mente da maioria dos paraibanos é fato inconteste. Só uma pequena parte busca, a todo custo, cercear esse princípio constitucional. Mas, saindo da linha “tergiversar” e buscando, propriamente, a intenção deste texto, observo que estamos a 15 dias do pleito e o governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB), mesmo que tenha se movimentado e angariado votos e adesões significativas, permanece na incerteza (ou ele tem?) o motivo de continuar atrás do senador e postulante ao Palácio da Redenção, Cássio Cunha Lima (PSB) que, fosse hoje o pleito, venceria o socialista no primeiro turno.

Mas há motivos reais do governador Ricardo Coutinho, mesmo assinando ordens de serviço praticamente todos os dias nos mais variados rincões do Estado, continuar a manter-se em segundo colocado, de acordo com as pesquisas de intenção de votos divulgadas nos mais variados institutos de pesquisa ? Bem, essa é uma opinião subjetiva. Os que o admiram, e vêm nele o novo, o diferente, buscam descaracterizar as notícias como meras especulações; números comprados e perseguição descabida.

Como paraibano que sou, mas exerço uma profissão que trabalha na “formação” da opinião, não buscarei tocar, aqui, em assuntos que estão a levar Ricardo Coutinho para uma situação difícil no que tange às eleições. Contudo, busquei os jornais paraibanos publicados entre sexta-feira (19) e o de hoje –Sábado (20). E “descobri” fatos curiosos que podem explicar o motivo de Cássio Cunha Lima figurar como favorito nas eleições paraibanas, e não o atual governador.
Vejamos, então, os fatos: a Paraíba caiu quatro pontos no ranking do índice de Transparência Pública em relação a outros Estados brasileiros. De acordo com a avaliação da Organização não Governamental Contas Abertas, nosso “Sublime Torrão” ocupava, em 2010, a 14º posição. Hoje somos o 18º, entre os 26 “entes” que compõem a federação. Ou seja; não há abertura para o cidadão comum. Dessa forma, é difícil identificar as despesas governamentais, para onde foram destinadas e por quem.

Outros três pontos merecem destaque: o rendimento do trabalhador paraibano é o 5º menor do país e a 7º maior desigualdade. Além disso, segundo dados do índice de ocupação de pessoas ativas (PIA) caímos 2,3 pontos percentuais, passando de 57,2% em 2012 para 54,9% em 2013. Nesse mesmo período, a taxa de desocupação na Paraíba foi de 8,3% entre pessoas aptas ao trabalho, a nona maior taxa do Brasil. Em resumo, menos carteiras assinadas e maior informalidade.


Os dados vieram da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e divulgada na última sexta-feira (19) pelo IBGE. Como se não bastasse, de janeiro até março, segundo matéria publicada no Jornal Correio deste sábado (20), do primeiro dia do ano, até ontem, mais de duas toneladas de drogas foram apreendidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes de João Pessoa (DRE). Uma quantidade maior em 400% que todo o ano passado.

Mérito para a polícia do nosso Estado que, mesmo com efetivo insuficiente, segundo o próprio Secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima, existe. Aí uma pergunta: será que a Paraíba não está, ou já virou rota para o tráfico de drogas no país? Bom, deixo, mais uma vez, o leitor na sua democrática subjetividade. Paz e luz!!!!!