Taxa de desemprego é uma métrica de curto prazo. É aqui e agora. É a garantia de um prato de comida no jantar e do pagamento da prestação no final do mês.
Taxa de crescimento é uma métrica de longo prazo. É o futuro. É a garantia de crescimento profissional, da possibilidade de um salário maior lá pra frente.
Os mais pobres, obviamente, estão preocupados com o curto prazo. Para quem não tem nada, a próxima refeição é a maior preocupação.
Já os mais ricos estão preocupados com o longo prazo. Para quem já tem alguma coisa, a preocupação é como a situação atual pode ser melhorada.
Claro que um governo deve ter prioridades, mas o erro aí é achar que trata-se de uma coisa OU outra. O curto prazo é importantíssimo, mas se não olharmos para o longo com carinho corre-se o risco de perdê-lo. Do outro lado tem aquela famosa frase do Keynes, um economista importante: “no longo prazo estaremos todos mortos”.
Quem vota em Dilma está legitimamente preocupado com o curto prazo.
Quem vota em Aécio está legitimamente preocupado com o longo prazo.
O PT erra ao não entender que quanto mais brasileiros saem da pobreza e vão para a classe média, por meio de políticas de curto prazo, mais brasileiros começam a se preocupar no longo prazo.
O PSDB erra ao não saber como comunicar para os mais pobres a importância do longo prazo para que seus empregos sejam mantidos e melhorados no futuro.
Por isso o Brasil está rachado.