CONTRASENSO

Presidente do CRM é contra proposta de criação de plano de saúde popular

João Medeiros mostrou preocupação com a criação de novos cursos de medicina no país

master news 10O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PSDB) anunciou proposta de criação de um plano de saúde popular que, segundo ele, desafogaria o serviço público. Para saber o que os profissionais de saúde pensam sobre o assunto, o programa Master Mews, da TV Master, reuniu quatro médicos na noite desta quarta-feira, 10. O presidente do Conselho Regional de Medicina, João Medeiros; o médico, advogado e representante do Sindicato dos Médicos da Paraíba, Marnio Costa; o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jaílson Vilberto; e o presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Ronald Faria, participaram do debate.

João medeiros considera a proposta um retrocesso, “essa proposta de plano popular foi um retrocesso muito grande e vai prejudicar as pessoas com menos condições financeiras porque ele não cobre os tratamentos de alta complexidade, não creio que vá aliviar o SUS por incorporar apenas oa ambulatórios, e tem outro lado, vai aumentar o número de escolas médicas, já temos 270 escolas de medicina no país, somos o país com mais faculdades e sabemos que por trás disso está o interesse mercantilista, surgirão mais escola e a qualidade do ensino corre o risco de cair”, pontuou.

Jailson Vilberto seguiu o posicionamento de Medeiros e afirmou que há interesses econômicos envolvidos. Ele disse que ainda há dúvidas se o dinheiro será usado patra salvar os planos que já existem, mas reafirmou que “existem os interesses, há muitos questionamentos, temos que saber se haverá investimento do governo federal e, se houver, por que não reestruturar o SUS? o SUS vem sofrendo com má gestão há anos e as pessoas que sofrem com isso”, pontuou.

master news 10Ronald Faria discordou dos colegas de bancada e afirmou que a criação do plano pode ser “a melhor saída para o SUS”, já que, segundo ele, “com o crescimento econômico, a gente tem que ter a mente aberta para abrir esta proposta, desde que haja garantia de uma qualidade mínima de atendimento; com o passar dos anos o PIB não dá conta de cobrir os gastos do SUS, muitas pessoas dependem do Sistema Único de Saúde e hoje isso não é mais possível”

Já Marnio Costa disse que “a sociedade civil organizada precisa participar desse debate, não apenas as entidades médicas, até a OAB tem se movimentado sobre o assunto, a entidade de advogados pediu algumas modificações sobre os investimentos na saúde, por parte do poder público; tem que haver mais debates públicos através de debates e audiências públicas”.
Créditos: Polêmica Paraíba