Antiga Delegacia do Menor

Prédio público abandonado vira moradia para famílias em Jaguaribe

Sem opções de moradias, antiga Delegacia do Menor, na Rua das Trincheiras, no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, virou abrigo para 12 famílias sem teto. Por ser um prédio pequeno e com problemas estruturais, algumas famílias moram na carceragem e até mesmo em banheiros com infiltrações.

Nesse cenário insalubre também estão as crianças, o mais velho tem 10 anos. Inocentemente pisam em águas servidas e até brincam perto de uma fossa estourada, sem nenhum receio dos riscos que aquilo pode trazer a saúde. O direito a dignidade e a moradia, garantidos pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), estão sendo violados. As famílias afirmam que são cadastradas pelo município para receber uma habitação.

Há pouco mais de um ano, Givânia Gomes mora com os quatro filhos (o mais novo de um ano e meio e o mais velho, 10 anos) em um pequeno espaço, que servia como sala na antiga delegacia. “Eu morava de aluguel e quando meu marido foi preso eu não tinha mais condições de pagar. Eu ganhava R$ 400 da Bolsa Família e o aluguel era R$ 300, fora água e luz. Não tinha condição de viver assim e uma amiga arrumou para vim morar aqui”, relatou. Mesmo não tendo uma moradia digna, os três mais velhos, segundo ela, estão na escola no turno da tarde. Pela manhã, as crianças frequentavam uma entidade de assistência social nas proximidades onde moram.

No momento que a reportagem visitou o local, meninos estudavam concentrados. Acostumados ao tempo de vivência na área ou até mesmo sem saber o que representa o local, crianças vêem seus vizinhos morando em carceragens. Há pouco mais de um ano, Givânia Gomes mora com os quatro filhos (o mais novo de um ano e meio e o mais velho, 10 anos) em um pequeno espaço, que servia como sala na antiga delegacia. “Eu morava de aluguel e quando meu marido foi preso eu não tinha mais condições de pagar. Eu ganhava R$ 400 da Bolsa Família e o aluguel era R$ 300, fora água e luz. Não tinha condição de viver assim e uma amiga arrumou para eu morar aqui”, relatou. A autônoma Karina Abrantes Veloso mora sozinha há mais de dois anos no prédio. Ela revelou que antes de ir para ocupação vivia na rua. “Tem um pessoal da igreja que ajuda. Eles doam comidas e roupas”, afirmou.

Colinas do Sul

José Pinheiro, que se identificou para a reportagem como coordenador do movimento Moradia Mãos Dadas, informou que 15 famílias, três a mais dos que moram no local, seriam contemplados em um residencial, no bairro Colinas do Sul. “Até agora sabemos que 15 famílias vão morar nesse local. Vão ser famílias daqui e outras que vivem aluguel porque a gente também olha isso”, informou.

Imóvel do Estado

O imóvel pertence ao governo do Estado. A diretora-executiva do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), Cassandra Figueiredo, informou que o órgão já fez um levantamento prévio do prédio e da área no entorno, pois o imóvel ao lado também pertence ao Estado e foi ocupado por sem tetos, mas só pode ser tomada uma providência após a saída das famílias. “Já solicitamos a Prefeitura, que é responsável pela retirada das famílias, a relocação das pessoas e eles informaram que estariam tirando ainda este ano. Do que foi levantado na área é possível que sejam feitas habitações. É um estudo ainda”, afirmou.

Sem retorno

A reportagem ligou várias vezes para a secretária de Habitação do município de João Pessoa, Socorro Gadelha. No entanto, até o fechamento desta edição não obtivemos retorno da secretária.
Créditos: Correio da Paraíba