POLÊMICA

Polêmica: Fraldário em banheiros masculinos levanta debate sobre abuso sexual

Anne Rammi, do blog Mamatraca e candidata a Deputada Estadual de São Paulo, questiona a nova lei para shopping centers na capital paulista

Anne Rammi, do blog Mamatraca e candidata a Deputada Estadual de São Paulo, questiona a nova lei para shopping centers na capital paulista

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A obrigatoriedade de trocadores nos banheiros masculinos, quando não há a possibilidade de um espaço família em shopping centers e centros comerciais da cidade de São Paulo, tem causado polêmica entre as mães. Apesar de reconhecerem que a lei representa um claro avanço no debate de gênero, permitindo que os pais também sejam responsáveis pela troca de fraldas fora de casa, elas apontam que a regra pode estar desconsiderando a segurança e a higiene das crianças.êmica

É o caso de Anne Rammi, autora do blog Mamatraca e candidata a Deputada Estadual de São Paulo. Em uma postagem no Facebook, que gerou grande repercussão, ela levantou questões como abuso infantil e a real higiene de um lugar com mictórios, desconsideradas na discussão. “Fiquei com a sensação de que é uma medida que coloca o conforto do adulto como prioridade. A gente precisa pensar em lógicas que sejam adequadas para as crianças quando tratamos delas, não para os adultos”, defendeu em entrevista à CRESCER.

Confrontada por alguns homens, que defendem a lei como resposta à necessidade de pais que participam ativamente do cuidado dos filhos, ela não se intimida. “Esses pais não podem trocar a criança em um lugar público, porque as pessoas ainda não sabem lidar com excrementos como cocô e xixi, e também não estão dispostos a entrar no banheiro feminino para fazer isto. Nós, adultos, não estamos prontos para romper essas barreiras, mas está tudo bem levar uma garotinha ao banheiro masculino? Não faz sentido”, explica.

Ela garante que sua intenção não é sugerir que os pais vão abusar das crianças neste espaço, mas que, de qualquer forma, a nova lei dá margem ao perigo. “Os pais que abusam das crianças não precisam de um banheiro de shopping pra isso. Mas se é um debate de gênero, a gente tem que lembrar que o homem é quem, reconhecidamente, mais abusa de menores. A partir dessa lei, a gente legitima que a ação de levar crianças para dentro do banheiro seja corriqueira. E, infelizmente, isso não é normal. Pensar assim é ruim, mas ainda é um fator de proteção para elas”, afirma.

A lei já está em vigor e, depois de advertidos, os estabelecimentos têm até 30 dias para cumprir a adaptação, sob pena de multa no valor de R$ 10 mil. Em caso de reincidência, a multa será aplicada com valor dobrado. Para denunciar, o telefone da prefeitura é 156.

 

Fonte: Revista Crescer
Créditos: Revista Crescer