Paraíba está acima da média nacional em empregos formais

IBGE aponta que 40,7% da força de trabalho são de homens e 39,2%, de mulheres

carteira de trabalho

Em 2013, havia 1,637 milhão de pessoas com 16 anos ou mais ocupadas na Paraíba, sendo 971 mil homens e 666 mil mulheres. Em relação aos trabalhos formais, a proporção de pessoas ocupadas com carteira assinada na Paraíba era de 40,1%, superando o índice regional, que foi de 39,7%. Entretanto, mesmo superando a taxa do Nordeste, a Paraíba ficou em 5º lugar no ranking da região. Maranhão, Ceará e Piauí não ultrapassaram a média. Do total de pessoas ocupadas em empregos formais no Estado, 40,7% era de homens e 39,2% de mulheres. Além disso, dos 1,2 milhão de famílias que moravam em domicílios particulares na Paraíba em 2013, 30,5% tinham como rendimento mensal mais de ½ até 1 salário mínimo per capita. Os dados são do estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No período avaliado pelo instituto, a taxa de desocupação na Paraíba foi de 8,3%, sendo a quinta maior da região, que registrou um índice de 7,8%. Entre os desempregados, 6,9% correspondiam aos homens e 10,3% às mulheres. Em relação aos grupos de idade, o estudo apontou que 19,3% dos paraibanos de 16 a 24 anos estavam desocupados em 2013, enquanto no grupo de 25 a 39 anos o índice era de 9,1%; de 40 a 49 anos era de 3,8%; e de 50 anos ou mais de idade era de 2,1%.

O rendimento médio do trabalhador paraibano com 16 anos ou mais de idade em 2013, segundo o estudo, foi de R$1.067, sendo a quarta menor taxa da região. A média do Nordeste foi de R$ 1.083 no período. Do total de pessoas ocupadas, o rendimento médio para os homens foi de R$1.153, enquanto as mulheres recebiam em média R$938. Em relação aos trabalhos formais, a média de rendimento total registrada foi de R$1.528, sendo R$1.598 destinados aos homens e R$1.424 às mulheres. A situação piora quando se trata dos trabalhos informais: o rendimento médio dos trabalhadores enquadrados neste segmento foi de R$685 no total, sendo que para os homens o rendimento foi de R$784 e de R$536 para as mulheres.

45,8% pessoas são brancas

Dos 40,1% de paraibanos empregados com carteira assinada em 2013, 45,8% era composta de pessoas brancas e 37,3% de pessoas negras e pardas. No Nordeste, o índice de pessoas brancas com carteira assinada no período era de 45,6% e, de pessoas negras e pardas, 37,5%. Por sua vez, em relação aos trabalhadores sem carteira assinada, cujo total foi de 59,9% na Paraíba, 62,7% era de pessoas negras e pardas e 54,2% de pessoas brancas. Na região, dos 60,3% de pessoas que trabalhavam na informalidade no período, 62,5% era de negros e pardos e 54,4% de brancos. O índice total de trabalhadores sem carteira assinada na Paraíba é o quinto maior da região, conforme o SIS 2014.

37,4 horas semanais

Na Paraíba, a média de horas semanais trabalhadas no trabalho principal em 2013 foi de 37,4 no total, sendo que os homens trabalharam em média 40,6 horas semanais e as mulheres 32,7 horas semanais, segundo o IBGE. Todos os índices paraibanos superaram as médias regionais, que foram de 36,5 horas semanais no total, 39,4 horas semanais para os homens e 32,3 horas semanais para as mulheres no trabalho principal no ano passado.

Em relação aos afazeres domésticos, a média de horas gastas na Paraíba em 2013 foi de 16,7 horas por semana de modo geral, sendo que os homens gastaram somente 8,9 horas por semana, enquanto as mulheres reservaram 23,5 horas por semana para os afazeres domésticos, conforme o IBGE. Dessa forma, considerando a jornada total de trabalho, as mulheres paraibanas dispararam na frente dos homens, com 56,3 horas semanais gastas com trabalho principal e afazeres domésticos, enquanto os homens gastaram 49,5 horas por semana com a jornada total. Dessa forma, o total das horas gastas pelos paraibanos com o trabalho principal e os afazeres domésticos foi de 54,2 horas por semana em 2013.

Domicílios particulares

Dos 1,2 milhão de famílias que moravam em domicílios particulares na Paraíba em 2013, 30,5% tinham como rendimento mensal mais de ½ até 1 salário mínimo per capita, segundo o estudo do IBGE. O índice caiu um ponto percentual diante dos dados correspondentes a 2012. Ainda, no Estado, 13,7% das famílias tinham rendimento mensal de até ¼ de salário mínimo per capita, segundo o IBGE, e, na outra ponta, 2,5% das famílias tinham rendimento mensal de mais de cinco salários mínimos per capita em 2013.

No Nordeste, 31,1% das 18,1 milhões de famílias tinham como rendimento mensal mais de ½ até 1 salário mínimo per capita no período e 2,3% das famílias nordestinas tinham mais de cinco salários mínimos como rendimento mensal per capita.

Das 3,9 milhões de pessoas que moravam em domicílios particulares na Paraíba em 2013, 28,8% tinham rendimento mensal de mais de ¼ até ½ salário mínimo per capita, sendo superior ao índice regional para o segmento.

Família com três pessoas

Em média, três pessoas integraram o arranjo familiar e residiam em domicílios particulares em 2013 na Paraíba, segundo o IBGE. A média regional é de 3,1 pessoas que formavam uma família no período no Nordeste. Em relação às classes de rendimento mensal, as famílias cuja renda mensal per capita é de até ¼ do salário mínimo tinham o maior número de pessoas: 3,8 pessoas. Por sua vez, as famílias cuja renda mensal per capita equivaliam a mais de cinco salários mínimos em 2013 na Paraíba eram formadas por 2,6 pessoas.

Na Paraíba, 67,7% do rendimento das famílias paraibanas residentes em domicílios particulares era proveniente de trabalho, enquanto 24,2% eram de rendas de aposentadorias e pensões e 8,1% de outras fontes em 2013. Por sua vez, considerando o rendimento familiar per capita de até ¼ do salário mínimo em 2013, na Paraíba 48,4% dos rendimentos tinham origem no trabalho, enquanto 46,6% provinham de outras fontes de renda e 5,1% de aposentadorias e pensões.

Ainda, conforme o estudo SIS 2014, no ano passado a origem das rendas das famílias cujo rendimento per capita eram de ¼ até ½ do salário mínimo eram 64,9% provenientes do trabalho, 19,3% de outras fontes e 15,8% de aposentadorias e pensões.

Alta da renda dos informais

Os dados divulgados ontem pelo IBGE mostram que o rendimento cresceu mais entre os trabalhadores informais – 51,8% de 2004 a 2014. Para os trabalhadores formais, a alta foi de 26,7%. A distância entre os rendimentos das duas parcelas, porém, é muito grande ainda: em média, os trabalhadores formais ganhavam R$ 1.921, contra R$ 720 dos não legalizados.

A desigualdade de renda entre homens e mulheres era maior entre os informais: elas recebiam 65% da remuneração dos homens, contra 75% no caso dos trabalhadores formais. Pelos dados, o total de trabalhadores informais caiu de 54,3% em 2004 para 42% em 2013, percentual considerado ainda elevado pelo IBGE e alta para padrões internacionais.

O grupo com maior informalidade é o de 60 anos ou mais. Nessa fatia da população, 69% dos trabalhadores não tinham vínculo formal. São, em sua maioria, aposentados que voltam ao trabalho para complementar a renda ou para se manterem ativos. O envelhecimento da população impulsiona o crescimento dessa fatia.

Inativos

O mercado de trabalho brasileiro viveu uma mudança estrutural de 2004 a 2013, com um expressivo aumento dos chamados inativos, pessoas que não trabalham nem procuram emprego. Esse contingente cresceu 30,6% e atingiu 51,1 milhões de pessoas em todo o país – um terço das pessoas com idade para estarem ocupadas (16 anos ou mais).

Dentre as razões, dizem especialistas e o IBGE, estão o crescimento da renda familiar.

Correio da Paraíba