O dedo de Eduardo Cunha na campanha de Hugo Motta - Por Laerte Cerqueira

Presidente da Câmara interfere silenciosamente

portal17CUNHAA-777x437O movimento é silencioso, mas não nem precisa de muitas conjecturas para ter certeza que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), está colocando o dedo na campanha do paraibano Hugo Motta para liderança do PMDB na Casa. É Motta que ele deseja. É Motta que pode “fazer” o que ele deseja, contrariando, na medida do possível, o governo. Basta saber agora quais são os efeitos práticos desse apoio à candidatura do paraibano.

Hugo “dá uma de doido”, como dizem por aí. Diz pra todo mundo que o apoio do padrinho não irá mudar sua postura, que será de independência e de unificação do partido (algo impossível). Na verdade, é uma tentativa virtual de dizer que mantém um afastamento prudente dos interesses do presidente da Câmara. Mas, sendo bem direto, todos sabem que o apoio dele ao paraibano não é de graça. Aliás, Motta não entrou “nessa” de graça.

Usando sua influência e poder de convencimento, Cunha tem dito, segundo a Folha, que votar em Motta é o mesmo que votar nele. Uma maneira de pressionar quem “tem medo”, quem depende ou não quer contrariar o “querido” presidente.

A impressão é que o eleitor comum pouco importa essa relação que o paraibano tem com o parlamentar, investigado na Lava Jato e acusado de manter contas na Suíça irregularmente. Motta sabe bem desse comportamento desapegado do eleitor e joga por algo mais pragmático: quer os votos e o poder da liderança.

Na eleição da semana que vem, precisa ter mais a metade dos votos. Tem garantido o apoio dos que querem a derrocada do governo e aliados de Cunha, mas precisa conquistar quem espera um líder neutro. Esse é o seu discurso. Motta até já convenceu alguns de que pode se comportar de maneira imparcial, quando o beneficiado de suas ações for o governo. Porém, a sua relação com Cunha, coloca sob suspeita, qualquer atitude que tomará quando o beneficiário direto de seu comando for Eduardo Cunha.

A indefinição continua. Leonardo Picciani, do RJ, tem um lado: o do governo. A essa altura do campeonato não dá mais pra esconder. Já negociou cargos e influência. Quem for com Picciani já sabe o que deve cobrar. Agora, é saber se essa conversa de Motta vai convencer. A única certeza é que lá não há voto-santo.

Ampliar
O deputado Janduhy Carneiro (PTN) deve ampliar prazo de licença, após ter apresentado um quadro clínico de enfisema pulmonar. Inicialmente havia pedido 30 dias.

Repouso
Ele será submetido a novos exames em SP; realizará um tratamento de reabilitação dos pulmões e vai precisar ficar em repouso absoluto.

Olhar sobre financiamento

O presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, é o autor do capítulo sobre o Brasil no livro “O financiamento da democracia: financiamento de partidos políticos e o risco da captura da ação política”. O trabalho analisa legislações de financiamento de campanhas eleitorais em nove países e é uma iniciativa da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). É um alerta para os riscos de a democracia ser capturada por formas ilegais de financiamento de campanhas.

Quintans
O deputado estadual Tovar Correia (PSDB) esteve com o ex-deputado Assis Quintans em encontro com os produtores rurais em Gurjão. Foram falar sobre o endividamento rural.

Ameaças
Para Tovar, depois de tanto sofrimento com a seca, as dívidas dos trabalhadores já deveriam ter sido perdoadas, sem que sejam ameaçados de perder a terra.

Frase
“Nesse momento de crise, quando justamente uma grande quantidade de trabalhadores está sem emprego, pagando impostos maiores, vem mais esse golpe sujo!”.

Autor
A afirmação acima é do professor e militante do Psol de Campina Grande, Sizenando Leal, criticando o aumento da passagem de ônibus autorizado pela prefeitura.

Pedido
O deputado federal Rômulo Gouveia (PSD) pediu oficialmente ao Ministério da Integração Nacional a perfuração de poços em 10 cidades do Cariri.

Beneficiados
O pedido é para Caraúbas, Coxixola, São João do Cariri, São José dos Cordeiros, Parari, Serra Branca, Gurjão, Amparo, Congo e Ouro Velho.

Atenção
Gouveia só não pode deixar de fiscalizar a aplicação dos recursos. Na região, não faltam exemplos de convênios com a União, para o mesmo fim, executados pela metade. O dinheiro some da conta e poços não são perfurados.

Crítica
Em pré-campanha, o presidente do diretório do PSD, em Sousa, Zenildo Oliveira, destacou matéria do JP de domingo que alertou sobre fragilidades na “mobilidade urbana” de várias cidades da PB.

Defesa
Zenildo defende ações mais eficientes para melhorar o trânsito de Sousa, contratação de agentes, com modernização e o fortalecimento da Superintendência que cuida da área.

Fonte: Jornal da Paraíba