Precauções

Não vá a um swing (nem faça troca de casais) sem saber disso

Uma rede social de “swing, sexo e troca de casais reais no Brasil” com SETE MILHÕES de usuários que postam conteúdo explícito, adicionam novos amigos, distribuem likes, trocam mensagens e nudes privadas, compartilham fetiches.

Uma rede social de “swing, sexo e troca de casais reais no Brasil” com SETE MILHÕES de usuários que postam conteúdo explícito, adicionam novos amigos, distribuem likes, trocam mensagens e nudes privadas, compartilham fetiches. “É como o Facebook pra vida pessoal, o LinkedIn pra profissional…”, define Mayumi Sato, sócia-diretora do Sexlog.

Sem o risco de ter suas fantasias expostas na TL de familiares e colegas de trabalho, muitos casais (supostamente?) monogâmicos criam perfis anônimos pra explorar a própria sexualidade e apimentar o relacionamento. Nessa interação online, aprendem com os habituées declarados de festinhas liberais a alinhar expectativa e realidade.

– As pessoas têm vidas e corpos normais

Não imagine encontrar atrizes e atores pornôs sarados curtindo uma suruba no tempo livre – não em uma festinha swinguer tradicional. É bem mais provável você assistir um advogado careca e uma professora gordinha transando. “Existe o estereótipo de que todos os swinguers são muito loucos e liberais”, diz Mayumi. Os principais frequentadores são casais em relacionamentos super estáveis e com filhos, segundo uma pesquisa da antropóloga Maria Silvério, autora do livro “Swing: eu, tu…eles”. As pessoas têm as mais diversas origens, profissões, estilos de vida, tipos físicos. Aliás, Mayumi usa como exemplo as próprias fotos publicadas no Sexlog: “Eles não costumam atender ao padrão estético que se espera pra ficar pelado na frente de todo mundo, a sedução acontece de outras formas”. Embora a idade média dos usuários da rede social seja 35 anos, ela avisa que é normal a participação de sexagenários no swing.

– Não entre nessa pra “salvar o relacionamento”

É tão inteligente quanto engravidar pra “segurar alguém”. Pode dar certo? As chances de dar m*rda são infinitamente maiores. Os dois devem estar a fim de descobrir essa experiência juntos, sem medo de expor seus desejos e inseguranças. “A relação tem que estar madura, com muito diálogo, pra apimentar algo que já é ótimo”, diz Mayumi. Se você não tem coragem de dizer a ele quando não goza, se ele fica constrangido de revelar fantasias… vocês não estão preparados. Intimidade sexual é construída com o tempo, não acontece de uma hora pra outra. A diretora do Sexlog comenta que os casais mais velhos se dão melhor com o swing justamente por isso – e porque não têm pressa. “Em geral, os usuários da rede se cadastram pra começar a explorar o que excita ambos, trocam fotos e vídeos, fazem amizades online, mas demoram bastante até sair com outro casal”.

– Nem sempre “pode tudo”

O esquema “todo mundo nu, ninguém é de ninguém!” não apetece todos os swinguers. Enquanto o sexo entre mulheres é incentivadíssimo, cenas de homem-homem não costumam ser bem-vindas. Além disso, existem diferentes arranjos e acordos definidos pelos casais, com limites e códigos próprios. Mayumi dá alguns exemplos: “O casal pode ir até uma festa pra assistir e depois transar em casa. Ou transar só entre si na frente de outros. Podem combinar que as mulheres fazem troca e os maridos só observam. Pode ter troca de casal, mas sem penetração, só uns agarramentos. Ou valer tudo”.

– Às vezes rola ciúme e traição

Seres humanos são complexos e, não raro, contraditórios. Você pode achar que dá conta de ver o(a) parceiro(a) com outra pessoa… até de fato vê-lo(a) com outra pessoa e mudar de ideia. Talvez funcione apenas na sua fantasia, que não é de carne e osso e peito e pinto. Mas alguns casais, comenta Mayumi, acabam transformando o ciúme a seu favor: “Ver quem você ama delirando de prazer pode ser muito excitante e se entregar a outra pessoa com o aval de quem você ama, também”. Existe o conceito de traição entre swinguers? Opa! “Trair é mentir”, ela diz. “Isso está ligado ao acordo do casal”. Exemplo: se eles combinaram de não se envolver romanticamente com outras pessoas, trocar mensagens com fulano(a) escondido é traição.

– Não seja “intrometido”

Consentimento é fundamental. Não é porque uma mulher está no swing que você pode chegar peladão pegando, chupando, penetrando. Pelo contrário. Tem que observar muito e perceber se ela retribui antes de tomar qualquer iniciativa. “Também nunca dê a entender que quer passar por cima do parceiro dela”, diz Mayumi. E se o parceiro dela quiser colar em outra? “Geralmente é a mulher quem comanda e dá o aval pra algo acontecer – quem, quando e como”.

– Abuse da camisinha (não de álcool e drogas)

Qualquer um sabe dos riscos de ter vários parceiros(as) sexuais sem proteção… Se vai rolar troca de parceira(o), tem que rolar troca de camisinha. Mayumi conta que toda festinha que se preze oferece pelos ambientes o trio camisinha, álcool gel e guardanapo de papel. A sobriedade também é recomendada – “não por moralismo, mas pra não interferir na performance sexual”.

– Balada liberal não é “swing de raiz”

Quem já espiou uma balada liberal, muitas vezes chamada de casa de swing, sacou que (palpito) uns 80% são curiosos e apenas têm fetiche no sexo alheio. Como não é permitida a entrada de homens desacompanhados, é comum que apareçam com garotas de programa. “Muitos swingueiros dizem que, quando transam nesses lugares, se sentem observados como se estivessem dentro de um aquário”, diz Mayumi. “Você só vai conhecer o rolê swinguer de verdade se alguém da comunidade te convidar para a festa de alguém”.

Fonte: Na Pimentaria
Créditos: Na Pimentaria