Jurista diz que 'poder político-empresarial' é um dos grandes grupos criminosos do Brasil

“Não há tecnologia ou metodologia para combater esses crimes, tomar o dinheiro do grupo é a única forma de combater"

LFG

O jurista Luiz Flávio Gomes concedeu entrevista à Rádio Sanhauá no início da noite desta quinta-feira, 20, e disse que “a delação premiada é um novo modelo de justiça que está sendo usada no Brasil para pegar os grandes criminosos”.

Ele informou que desde o início das leis brasileiras os ricos e poderosos são julgados ‘pelos pares’, enquanto as pessoas comuns são julgadas de forma diferente.

Segundo Luiz Flávio Gomes, há quatro grandes crimes organizados no Brasil e um deles é formado por políticos e agentes públicos. “Precisamos saber que há quatro grandes crimes organizados no Brasil e agentes do estado algumas vezes participam, mas não mandam, o primeiro são os grupos como o PCC, o segundo são as milícias, o terceiro são as polícias, um lado da polícia é podre e está organizado para matar e praticar crimes, e o quarto é formada pelo poder político-empresarial, este é o mais potente, mais danoso e gera 200 vezes mais danos para o povo”, explicou.

O advogado continuou e afirmou que “não há tecnologia ou metodologia para combater esses crimes, tomar o dinheiro do grupo é a única forma de combater o crime, movimentação bancária, saber o que eles fazem e o que andam gastando”.

Luiz Flávio Gomes falou sobre o poder das polícias brasileiras e destacou o crescimento da liberdade e o aumento das operações realizadas pela Polícia Federal, “a Polícia Federal realizava cerca de 20 operações por ano e desde o início do governo Lula, a Polícia ganhou mais liberdade e faz hoje cerca de 200 operações por ano com independência”, concluiu.

O jurista finalizou dizendo que no Brasil existe uma superprodução de leis e problemas no cumprimento da legislação, “no Brasil não há certeza de punição e cumprimento das leis e a Polícia fica desprotegida neste ponto porque não é equipada suficientemente para combater o crime”.

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