cruzamento das listas

OS NOMES: JBS ajudou a eleger 16 dos 27 Governadores que estão atualmente no cargo

Um dos documentos da delação dos executivos da JBS mostra que o grupo empresarial contribuiu para a eleição de 16 dos 27 governadores empossados em 2015. Em termos proporcionais, foram 60% dos vitoriosos nas eleições de 2014. A lista dos governantes que o JBS considera seus aliados aparece em uma nota manuscrita entregue pelo executivo Ricardo Saud. No mesmo pacote de documentos há uma relação de candidatos financiados em 2014, com os respectivos valores recebidos.

 

Os governadores e os ‘ex’ na delação da JBS
Governadores e ex-governadores de nove Estados receberam recursos da JBS, conforme a delação
Por Felipe Frazão

Governadores e ex-governadores também foram entregues pela cúpula da JBS no acordo de colaboração premiada celebrado com o Ministério Público Federal. Na maioria dos casos, o método se repetia: pagamentos de propina (como doação oficial, em espécie ou notas frias) para obter favorecimento em licitações ou como contrapartida de benefícios fiscais e tributários concedidos pelos chefes dos executivos estaduais. Os pagamentos ocorreram em nove Estados. Leia abaixo um resumo de cada acusação, conforme a delação.

Silval Barbosa (PMDB), ex-governador do Mato Grosso, recebeu propina de 10 milhões de reais anuais, entre 2012 e 2014, em troca de benefícios fiscais para o grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. Havia um acordo para crédito de 73 milhões de ICMS com as plantas localizadas no Estado.

Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação, recebeu em 2014 20 milhões de reais em propina para garantir a liberação de créditos de ICMS a subsidiárias do grupo, sendo por meio de doações oficias e notas frias. Em 2010, havia ficado com 5 milhões de reais, pelos mesmos métodos.

Reinaldo Azambuja (PSDB), Zeca do PT (PT) e André Puccinelli (PMDB), respectivamente governador e ex-governadores do Mato Grosso do Sul, levaram a quantia de 150 milhões de reais, entre 2007 e 2016, por benefícios fiscais. Zeca havia estabelecido uma taxa de 20% sobre qualquer benefício fiscal, em 2003.

Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais, obteve 3,6 milhões de reais ilegalmente por meio de um escritório de advocacia de Belo Horizonte – que emitia notas sem prestar serviços. No caso, o recebimento se deu enquanto ele era ministro do Desenvolvimento, no governo Dilma Rousseff e não no exercício do governo mineiro. Tratava-se de um mensalinho de 300 000 reais.

Raimundo Colombo (PSD), governador de Santa Catarina, recebeu 10 milhões de reais para favorecer o grupo J&F em uma licitação promovida pela Companhia de Água e Esgoto de Santa Catarina. A JBS foi convidada a “montar a licitação” por um secretário de Colombo, tendo prévio acesso a edital, informações privilegiadas e poder de fazer alterações sob medida.

Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro,  cobrou 40 milhões de reais em propina como contrapartida para autorizar a JBS a assumir uma fábrica da BRF em Piraí, interior do Estado. Mas levou menos. Ao todo, 20 milhões de reais abasteceram campanhas de partidos aliados como doação oficial dissimulada; pelo menos 7,5 milhões de reais foram entregues em espécie ao ex-secretário estadual Hudson Braga. Os repasses ocorreram em 2014.

Robinson Faria (PSD), governador do Rio Grande do Norte, e seu filho, o deputado Fabio Faria (PSD), são acusados de levar 5 milhões de reais para favorecer o grupo empresarial no processo de privatização da Companhia de Água e Esgoto do Estado. Eles teriam facilitado alterações no edital para favorecer o grupo J&F. O negócio não se concretizou. Mas o dinheiro foi repassado por meio de doações registradas de campanha, em 2014, emissão de notas frias e em espécie.

Beto Richa (PSDB), governador do Paraná, teria recebido recursos de caixa dois – 1 milhão de reais por meio do emissário Pepe Richa, seu irmão.

Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, recebeu 1 milhão de reais em espécie. A JBS mantinha um acordo de contribuição na campanha de 2014, acertado ainda com 0 ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto daquele ano. Era uma forma de “homenagear” Campos. Ao todo, o PSB teria 14,6 milhões de reais repassados pelo frigorífico – sem negociações ou promessas de atos de ofício.

Em Rondônia, a JBS manteve um esquema de pagamentos ilegais a fiscais da Receita.

 

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Um dos documentos da delação dos executivos da JBS mostra que o grupo empresarial contribuiu para a eleição de 16 dos 27 governadores empossados em 2015. Em termos proporcionais, foram 60% dos vitoriosos nas eleições de 2014. A lista dos governantes que o JBS considera seus aliados aparece em uma nota manuscrita entregue pelo executivo Ricardo Saud. No mesmo pacote de documentos há uma relação de candidatos financiados em 2014, com os respectivos valores recebidos.

O cruzamento das duas listas mostra que, dos governadores eleitos, o PSDB lidera o ranking de valores recebidos, com R$ 15 milhões. A seguir vêm PT (R$ 13,3 milhões), PSD (R$ 11,3 milhões) e PMDB (6,6 milhões). A eleição dos 16 governadores custou R$ 47,3 milhões à JBS.

Silval Barbosa (PMDB), ex-governador do Mato Grosso, recebeu propina de 10 milhões de reais anuais, entre 2012 e 2014, em troca de benefícios fiscais para o grupo J&F, controlador do frigorífico JBS. Havia um acordo para crédito de 73 milhões de ICMS com as plantas localizadas no Estado.

Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e ex-ministro da Educação, recebeu em 2014 20 milhões de reais em propina para garantir a liberação de créditos de ICMS a subsidiárias do grupo, sendo por meio de doações oficias e notas frias. Em 2010, havia ficado com 5 milhões de reais, pelos mesmos métodos.

Reinaldo Azambuja (PSDB), Zeca do PT (PT) e André Puccinelli (PMDB), respectivamente governador e ex-governadores do Mato Grosso do Sul, levaram a quantia de 150 milhões de reais, entre 2007 e 2016, por benefícios fiscais. Zeca havia estabelecido uma taxa de 20% sobre qualquer benefício fiscal, em 2003.
Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais, obteve 3,6 milhões de reais ilegalmente por meio de um escritório de advocacia de Belo Horizonte – que emitia notas sem prestar serviços. No caso, o recebimento se deu enquanto ele era ministro do Desenvolvimento, no governo Dilma Rousseff e não no exercício do governo mineiro. Tratava-se de um mensalinho de 300 000 reais.

Raimundo Colombo (PSD), governador de Santa Catarina, recebeu 10 milhões de reais para favorecer o grupo J&F em uma licitação promovida pela Companhia de Água e Esgoto de Santa Catarina. A JBS foi convidada a “montar a licitação” por um secretário de Colombo, tendo prévio acesso a edital, informações privilegiadas e poder de fazer alterações sob medida.

Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro,  cobrou 40 milhões de reais em propina como contrapartida para autorizar a JBS a assumir uma fábrica da BRF em Piraí, interior do Estado. Mas levou menos. Ao todo, 20 milhões de reais abasteceram campanhas de partidos aliados como doação oficial dissimulada; pelo menos 7,5 milhões de reais foram entregues em espécie ao ex-secretário estadual Hudson Braga. Os repasses ocorreram em 2014.

Robinson Faria (PSD), governador do Rio Grande do Norte, e seu filho, o deputado Fabio Faria (PSD), são acusados de levar 5 milhões de reais para favorecer o grupo empresarial no processo de privatização da Companhia de Água e Esgoto do Estado. Eles teriam facilitado alterações no edital para favorecer o grupo J&F. O negócio não se concretizou. Mas o dinheiro foi repassado por meio de doações registradas de campanha, em 2014, emissão de notas frias e em espécie.

Beto Richa (PSDB), governador do Paraná, teria recebido recursos de caixa dois – 1 milhão de reais por meio do emissário Pepe Richa, seu irmão.

Paulo Câmara (PSB), governador de Pernambuco, recebeu 1 milhão de reais em espécie. A JBS mantinha um acordo de contribuição na campanha de 2014, acertado ainda com 0 ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto daquele ano. Era uma forma de “homenagear” Campos. Ao todo, o PSB teria 14,6 milhões de reais repassados pelo frigorífico – sem negociações ou promessas de atos de ofício.

Em Rondônia, a JBS manteve um esquema de pagamentos ilegais a fiscais da Receita.

Entenda a crise deflagrada por Joesley Batista

Na quarta-feira (17) a noite, através de sua página na internet de internet, o jornal O Globo denunciou que diálogos gravados em 7 de março deste ano pelo empresário Joesley Batista com Michel Temer mostrariam que o presidente deu aval a uma suposta compra de silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com a divulgação dos áudios o episódio não fica claro.

STF atende defesa de Temer e autoriza perícia da PF em áudio

Ao lado do irmão Wesley, Batista é proprietário do frigorífico JBS, dono da marca Friboi e maior doador de campanhas em 2014, repassando ao todo R$ 391 milhões que apoiaram a vitória da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, além de seis governadores e 164 deputados federais naquele ano.
As gravações levaram ao pedido de abertura de inquérito, acatado pelo STF, contra Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por suspeita de três crimes: corrupção passiva, obstrução à investigação de organização criminosa e participação em organização criminosa. O pedido de inquérito foi feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e autorizado pelo ministro do STF Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo.

Nos diálogos com o empresário,  em 24 de março, Aécio menciona barrar a Operação Lava Jato e anistiar o caixa dois no Congresso. O tucano ainda menciona matar o responsável por receber a propina “antes de fazer delação”.

Após as gravações de Temer e Aécio, os irmãos Batista acordaram uma delação premiada e entregaram aos investigadores os áudios produzidos. Eles são investigados, no entanto, por enriquecimento de U$ 1 bilhão ao especular na bolsa de valores e com dólares horas antes da divulgação das conversas.

Michel Temer se pronunciou duas vezes desde a divulgação das gravações. Na primeira oportunidade, em em 18 de maio, anunciou que não renunciaria ao cargo. No sábado, 20 de maio, afirma que irá entrar com suspensão do inquérito no STF até que sejam verificados os diálogos registrados.

 

Os valores são astronômicos. Pelo menos R$ 500 milhões e de US$ 80 milhões a US$ 150 milhões foram distribuídos pela JBS a políticos, lobistas, advogados e agentes públicos, segundo os delatores do grupo. Dinheiro que, de acordo com eles, foi repassado a algumas das principais lideranças da política nacional, como o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Lula e Dilma, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os últimos dois candidatos do PSDB à Presidência, os senadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
Mas a lista dos beneficiários, conforme a delação, é muito maior: inclui governadores, ex-governadores, parlamentares, ministros, ex-ministros, jornalista, entre outras pessoas. Uma relação com 1.829 candidatos a cargos eletivos de 28 partidos, nas contas do diretor de Relações Institucionais do grupo, Ricardo Saud. Segundo ele, os repasses chegaram a R$ 600 milhões. “Tirando esses R$ 10 milhões, R$ 15 milhões aqui, o resto é tudo propina”, disse Saud.

Com isso, de acordo com  o delator, a empresa ajudou a eleger 179 deputados estaduais, de 23 estados, e 167 deputados federais, de 19 partidos. “Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governador e alguns disputaram reeleição ou eleição para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos, sendo 4 do PMDB, 4 do PSDB, 3 do PT, 2 do PSB, 1 do PP e 1 do PSD”, relatou.

O presidente do grupo, Joesley Batista, também afirma que boa parte do dinheiro repassado era propina disfarçada de doação política. “Dos R$ 500 milhões então, total, pode se considerar que, dos R$ 500 milhões, R$ 400 milhões foram contrapartida a ajustes ilícitos feitos pelos políticos. Naquela hora, pagamos”, disse o empresário.

Em depoimento em vídeo, Joesley relata como eram realizados os repasses: “Tem pagamento via oficial, caixa 1, via campanha política, tem via caixa 2, tem via dinheiro em espécie. Basicamente essa é a forma de pagar. Normalmente acontece o seguinte: se combina o ilícito, se combina o ato de corrupção com o político, com o dirigente do poder público, e daí pra frente se procede o pagamento. Os pagamentos são feitos das mais diversas maneiras. Seja nota fiscal fria, seja dinheiro, caixa 2, até mesmo doação política oficial”

CONGRESSO EM FOCO

Com base nos documentos da delação premiada, o Congresso em Foco publica, abaixo, quem são as pessoas citadas, os valores repassadas e as contrapartidas envolvidas, na versão dos delatores.

– Michel Temer R$ 15 milhões

Pessoas citadas:

Paulo Skaf, Eduardo Cunha e Guido Mantega.

A contrapartida, segundo os delatores: o pagamento foi realizado em troca de atuação favorável aos interesses do grupo J&F.

– Michel Temer e o deputado Rodrigo Loures (PMDB-PR) 5% sobre lucro obtido com afastamento da Petrobras

Pessoas citadas: Wagner Rossi, Milton Ortolan, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco. Eduardo Cunha, Gilvandro Araújo, Roberta Funaro, Dante Funaro.

A contrapartida, segundo os delatores: a porcentagem foi combinada com base no lucro futuro obtido com o afastamento do monopólio da Petrobras no fornecimento de gás, bem como outros créditos em razão da atuação em benefício da J&F no que tange ao destravamento das compensações de crédito de PIS/Cofins com débitos do INSS. Uma parte, em valor total não especificado, foi pagamento de vantagem de forma lícita para Roberta Funaro, em 2017, em razão de um “mensalinho criado desde a prisão de operador Lúcio Funaro.

– Lula US$ 50 milhões *

– Dilma US$ 30 milhões *

A contrapartida, segundo os delatores: os pagamentos foram realizados por intermédio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega em razão de esquema criminoso no BNDES e em fundos de pensão (Petros e Funcef) para beneficiar a JBS. No acordo de colaboração, o MPF relata que os pagamentos haviam sido de US$ 50 milhões para Lula e US$ 30 milhões para Dilma. Mas no depoimento, Joesley Batista, aponta cifras ainda mais altas: “Na fase do presidente Lula, chegou acho que nuns 80 milhões de dólares e depois, na Dilma, chegou nuns 70. Ou o contrário, 70 na do Lula e 80 na da Dilma”. Os valores foram pagos, conforme o delator, em uma conta no exterior. Em 2014, a conta tinha um saldo de cerca de US$ 150 milhões.

– Eduardo Cunha R$ 50 milhões (CEF) + R$ 20 milhões (Aprovação da desoneração) + R$ 30 milhões (em troca de apoio enquanto presidente da Câmara)

Lúcio Funaro – gerenciava as contas

A contrapartida, segundo os delatores: os pagamentos foram realizados por meio de um sistema de “conta-corrente”, gerenciado por Lúcio Funaro. Entre 2009 e 2014, o saldo era de cerca de R$ 50 milhões. Os valores repassados se referiam a questões relativas a financiamentos da Caixa Econômica Federal, bem como do FI-FGTS.

– Aécio Neves R$ 65 milhões

Pessoas citadas: Andréa Neves, Frederico Pacheco, Paulo Pereira, Luis Tibé, Aldemir Bendini.

A contrapartida, segundo os delatores: os valores são referentes ao pagamento de propina, em 2014, em torno de R$ 63 milhões ao senador Aécio Neves em troca de atuação favorável aos interesses do grupo J&F, dentre eles a liberação de crédito do ICMS. Outros R$ 2 milhões foram pagos já em 2017, em razão da aprovação da lei de abuso de autoridade e anistia ao caixa dois.

– Marcos Pereira – Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – Valor não especificado

Pagamento de propina em troca de aprovação de um empréstimo de R$ 2,7 bilhões junto à Caixa Econômica Federal em benefício da J&F

– João Bacelar – Deputado (PR-BA)- Valor não especificado

Pessoas citadas: Guido Mantega, Dilma Rousseff.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento de propina em troca da não convocação de Guido Mantega para depor na CPI do Carf.

– Marta Suplicy – Senadora (PMDB-SP) – R$ 4 milhões

Pessoas citadas: Antônio Palloci, Márcio Toledo.

A contrapartida, segundo os delatores: a senadora teria recebido R$ 1 milhão a pretexto de campanha eleitoral de 2010 e R$ 3 milhões em 2014 em troca de possíveis negócios caso a peemedebista vencesse a eleição para prefeitura de São Paulo.

– José Serra – Senador (PSDB-SP) – R$ 20 milhões

Pessoas citadas: Luiz Fernando Furquim.

A contrapartida, segundo os delatores: o senador teria  recebido R$ 20 milhões, conforme diz o delator, a pretexto de campanha eleitoral, sendo que R$ 6 milhões foram realizados por meio notas frias à empresa LRC Eventos e Promoções, com a falsa venda de um camarote no Autódromo de Interlagos em São Paulo; R$ 420 mil para a empresa APPM Analista e Pesquisa, também em notas frias; R$ 13.580 em doações oficiais. A operacionalização dos pagamentos foi realizada por Furquim, já falecido, amigo de Serra.

– Antonio Palocci – R$ 320 milhões

Pessoas citadas: Dilma Rousseff, Paulo Ferreira, Brane.

A contrapartida, segundo os delatores: repasses realizado a pretexto da campanha eleitoral presidencial de Dilma Rousseff em 2010.

– Silval Barbosa (PMDB) – ex-governador do Mato Grosso – Valor não especificado

Pessoas citadas: Pedro Nadaf, Marcelo Souza de Cursi.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento de propina ao então governador do Mato Grosso em troca de benefícios fiscais à J&F.

– Cid Gomes – ex-governador do Ceará (PDT) – R$ 20 milhões

Pessoas citadas: Antonio Balhmann Cardoso Nunes, Arialdo Pinho, Francisco José Pinheiro, Camilo Sobreira Santana, Gelson Ferraz de Medeiros.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento feito em troca de liberação de créditos de ICMS em benefício da J&F.

– Reinaldo Azambuja e André Puccineli (atual e ex-governador de Mato Grosso do Sul) – R$ 150 milhões

Pessoas citadas: André Luiz Cance.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento realizado aos governadores de Mato Grosso do Sul, entre os anos de 2007 a 2016, em troca de benefícios fiscais.

– Fernando Pimentel (governador de Minas Gerais) – R$ 3,6 milhões

A contrapartida, segundo os delatores: o valor, de acordo com o empresário da JBS, foi repassado a Pimentel quando o petista era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio por meio do Escritório Andrade, Antunes e Henrique Advogados, em Belo Horizonte.

– Raimundo Colombo (governador de Santa Catarina) – R$ 10 milhões

A contrapartida, segundo os delatores: repasse feito em troca de favorecimento na licitação da Companhia de Água e Esgoto de Santa Catarina

– Delcídio do Amaral (ex-senador) – R$ 5 milhões

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento de propina por conta da concessão de Tares (Termo de Acordo de Regime Especial).

– Eunício Oliveira (senador e atual presidente do Senado) – R$ 5 milhões

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento realizado em razão da medida provisória que disciplina créditos de PIS/Cofins por meio de doação oficial fora do período eleitoral.

– Sérgio Cabral (ex-governador do Rio de Janeiro) – R$ 40 milhões

Pessoas citadas: Julio Bueno, Hudson Braga.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento no montante de R$ 40 milhões, sendo que R$ 20 milhões foram realizados como doações oficiais ( R$ 5 milhões para o PMDB-RJ; R$ 1,660 milhão para o PMDB-RJ; R$ 900 mil para o PDT; R$ 1 milhão para o PMDB-RJ; R$ 1,440 milhão para o PMDB-RJ; R$ 2,5 milhão para o PMDB/RJ; R$ 5 milhão para o PMDB-RJ; e R$ 2,5 milhão para o PMDB-RJ). Os pagamentos foram feitos em momentos distintos. Além dos valores pagos, R$ 7,5 milhões foram pagos em espécie para Hudson Braga.

– Fábio Faria (deputado PSD-RN) e Robinson Faria (governador PSD-RN) – R$ 5 milhões

A contrapartida, segundo os delatores: o repasse, de acordo com delator da JBS, foi feito em troca da privatização da Companhia de Água e Esgoto do Estado do Rio Grande do Norte.

– Luiz Fernando Emediato (jornalista) – R$ 2.8 milhões

Pessoas citadas: Carlos Eduardo Petra Lopes.

A contrapartida, segundo os delatores: motivo não especificado.

– Marco Aurélio Carvalho – valor não especificado

Pessoas citadas: José Eduardo Cardozo.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento de vantagens indevida com o propósito de ter os pleitos da J&F favorecidos na área de atuação do Ministério da Justiça. Os pagamentos de deram através de um contrato fictício com escritório advocatício de Marco Aurélio.

– Pagamento de propina em Rondônia – valor não especificado

Pessoas citadas: Edgar Nilo Tonial.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento de propina a fiscais da Secretaria Estadual da Receita em Rondônia em troca de benefícios fiscais.

– Pagamento de propina para homologação de créditos tributários – R$ 160 milhões

Pessoas citadas: Antonio Miranda, David Mariano.

A contrapartida, segundo os delatores: pagamento em troca de agilização para homologação de créditos tributários.

– Gilberto Kassab (Ministro das Ciência, Tecnologia e Inovação) – valor não definido

A contrapartida, segundo os delatores: em 2009, a JBS deu continuidade ao contrato de aluguel de caminhões com sobpreço em torno de R$ 350 mil a cada mês, mediante notas fiscais. Propinas autorizadas por Mantega para o PSD no valor de R$ 7 milhões.

– Angelo Goulart (procurador do MPF) – Valor não especificado

Pessoas citadas: Willer Tomaz, Anselmo Cordeiro, Ricardo Leite.

A contrapartida, segundo os delatores: solicitação de vantagem indevida em contrapartida a beneficiar a J&F na operação Greenfield, bem como obstruir a celebração de acordo de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

– Crimes contra o sistema financeiro

Valor não definido – pessoas não citadas

A contrapartida, segundo os delatores: o Grupo J&F destinou entre 1% a 3% para pagamento lícito de comissões originadas das exportações de suas empresas. Para isso, foram constituídas as empresas offshores Lunsville e Valdarco, que recebiam sempre os valores destinados ao pagamento de comissões, e mantinham sempre um saldo disponível para ser usado por determinação de Joesley Batista para pagamentos de propina.

– Geração de pagamentos em espécie – valor não especificado.

Pessoas citadas: Michel Temer, Márcio Tolego, Marta Suplicy, Antonio Miranda, Davi Mariano, Roberta Funaro, Altair, Eduardo Cunha, Lucio Funaro, Ivanildo Baerts, João Baerts, Pedro Nadaf.

A contrapartida, segundo os delatores: relata diversas entregas de valores em espécie em decorrência de acertos espúrios.

– Repasses não contabilizados a partidos políticos – valor não especificado

Pessoas citadas: Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE), Beto Richa, Alceu Moreira, Gabriel Guimarães, Marcos Montes Cordeiro, Aelton freitas, Raimundo Gomes de Matos, Eduardo Sciara, Geddel Vieira Lima, Luiz Fernando Emediato, Paulo Ferreira, Zé Silva, Brizola Neto.

Segundo os delatores, o método de pagamento era sempre determinado pelo político, podendo consistir em doação oficial, pagamento de notas fiscais avulsas ou entrega de dinheiro em espécie; que os partidos e agentes políticos que receberam por meio de pagamento de notas fiscais avulsas ou entrega de dinheiro.

A contrapartida, segundo os delatores:

– Compra de partidos para formação de coligação em campanha presidencial de 2014 – Valor não especificado

Pessoas citadas: Guido Mantega, Vital do Rego, Michel Temer, Eduardo Cunha, Sergio Cabral, Eunício Oliveira, Aécio Neves, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Valdir Raupp, Henrique Eduardo Alves, Antonio Carlos, Ciro Nogueira, Carlos Luppi, Edinho Silva, Renato Rabello, Gilberto Kassab.

A contrapartida, segundo os delatores: os valores eram oriundos da conta corrente a partir de tratativas com Guido Mantega. Foram realizados diversos pagamentos a políticos e a partidos políticos, de forma a trazê-los para a coligação da qual o Partido dos Trabalhadores fazia parte nas eleições de 2014.

– Operações fraudulentas no Banco Rural – Valor não especificado

Pessoas citadas: Guido Mantega, José Roberto Salgado.

Joesley Batista relata a prática do crime de empréstimo vedado, previsto no artigo 17 da lei 7.492/86, versando sobre operação conhecida como “troca de chumbo”

– Lúcio Funaro R$ 11 milhões

Pessoas citadas: Evaldo Ulinsky.

A contrapartida, segundo os delatores:Repasse realizado por uma intermediação de venda da empresa Jandelle/Big Frango

– Cláudio Humberto (jornalista) R$ 18 mil mensais, pagos por 24 meses.

A contrapartida, segundo os delatores: o colaborador Ricardo Saud diz ter sido chantageado pelo jornalista para que deixasse de fazer publicações relativas a ele. Cita caso de notícias que o associaria como sendo o “homem da mala” do grupo J&F.

 

 

 

Fonte: CONGRESSO EM FOCO / ESTADAO