Duas Paraíbas num só Estado

POR WALTER SANTOS

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Quem nunca pôs os pés no solo paraibano e, pela primeira vez, ouviu o conjunto dos candidatos ao Governo a partir do debate promovido pela Arapuan FM deve ter saído do acompanhamento midiático inteiramente confuso diante das duas situações postas: uma, pelo candidato à reeleição dizendo que a Paraiba está uma joia, e outra, dos demais cinco candidatos expondo uma realidade de caos na saúde, segurança, educação, etc, em especialmente nos relacionamentos entre Governo e sociedade.

Tudo, contudo, poderia não passar em branco pelo novato Ouvinte diante de muitas denúncias de superfaturamento, escândalos, negociatas etc contra o Governo – algo que, no mínimo, atinge fortemente a honorabilidade e a ética do Governo. E isto tem se acentuado de forma a afetar sua imagem.

O próprio governador reconheceu durante alguns momentos do debate que ao longo da campanha tem sido atingido fortemente pelos demais candidatos, embora ele não se afaste da estratégia de apontar seus números dos feitos ao longo dos 4 anos, embora sob contestação dos adversários.

Um exemplo claro é a questão da saúde: o governador diz que promoveu ações que fazem o Governo registrar mais de 1.000 leitos, enquanto os concorrentes, a exemplo do candidato Antonio Radical repete que, ao contrário do que diz o candidato do PSB, o Ministério da Saúde diz em seu relatório que apenas 6 leitos foram consolidados.

Guardadas as proporções, este é o cenário do que pode ser exposto em todas as demais áreas de produção e de serviços: o governador diz uma coisa com base em seus números e todos os demais candidatos desqualificam a argumentação com outros números, no caso baseado em dados estatísticos do governo federal, etc.

DENUNCIAS I

Embora o governador desminta e tente desqualificar seus adversários, mas o fato é que na reta final de campanha se acentuaram o número de denuncias de corrupção no governo do Estado.

No debate da Arapuan FM, o candidato Cássio Cunha Lima acusou o Governo de comprar um helicóptero usado por R$ 9 milhões quando,segundo o Tucano, foi superfaturado em R$ 2 milhões.

A acusação se estendeu ainda à informação de que a Comissão de Oficiais da PM (três membros) recusou validar a compra por,segundo ele, detectar que o equipamento estava faltando várias peças.

O governador desqualificou a denuncia, mas não apresentou provas de rebate à altura na acusação da substituição da equipe de Oficiais e do valor da aeronave, exceto no discurso contestador.

MAIS DENUNCIAS II

Os três candidatos Nanicos – Tarcio Teixeira, Antonio Radical e Major Fabio acusaram o governo de fazer isenções fiscais em favor de grandes indústrias e empresa no valor estimado em R$ 5 bilhões ao longo dos últimos mas registrando altas doações dessas empresas à campanha política do governador.

Todos consideraram um absurdo o casamento dessas condições.

O governador considerou o assunto como normal e que todos os governos fazem.

DEFESA DO GOVERNADOR

No caso do superfaturamento do Helicóptero, ele disse que não existia e em outros casos, a exemplo da denuncia de envolvimento do pai do Secretario do Empreendedor em favorecimento de R$ 400 mil, ele disse que não tinha procedência e tudo estava sendo feito em favor de uma franquia.

Ele iria, ainda, buscar a Justiça para ter espaço de se defender.

No Twitter, ele se defendeu também dizendo que “mais um “debate” cujo nível é lamentável até um helicóptero é combatido por quem não comprou nenhuma balaadeira quando governou.Inveja mata.”

POSTURA DE VITAL

O candidato do PMDB, Vital Filho, se credenciou como único defensor das conquistas e do mandato da presidenta Dilma Rousseff, não só no debate desta segunda-feira como nos demais existentes no Estado.

Além disto se credenciou ainda pela performance de candidato com nivel e qualidade de propostas.

SINTESE

Ao longo dos debates, nunca houve como tem se configurado nos últimos tempos tantas denuncias contra o Governo.

São condições que precisam ser respondidas por quem direito porque pode (ou deve) afetar a imagem do governo e do governador no quesito de honestidade e competência – algo que seus adversários tratam de mostrar o contrário.

UM CASO REAL

No debate, o candidato Radical recebeu ligação do Humorista Regis Soares afirmando que defronte ao seu atelier, havia um acidente e o acidentado não estava sendo socorrido porque a maca do SAMU estava retida no Hospital de Traumas, segundo ele.

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