Dilma recupera votos da nova classe média, diz Datafolha - Por Kennedy Alencar

A pesquisa Datafolha mostrou que está funcionando a estratégia do PT de tentar melhorar a intenção de voto de Dilma Rousseff junto à nova classe média e de aumentar a taxa de rejeição de Aécio Neves de modo geral. Pela primeira vez no segundo turno, a presidente apareceu numericamente à frente do senador. Há um empate técnico, no limite da margem de erro, o que torna mais provável que Dilma esteja à frente.

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A pesquisa Datafolha mostrou que está funcionando a estratégia do PT de tentar melhorar a intenção de voto de Dilma Rousseff junto à nova classe média e de aumentar a taxa de rejeição de Aécio Neves de modo geral. Pela primeira vez no segundo turno, a presidente apareceu numericamente à frente do senador. Há um empate técnico, no limite da margem de erro, o que torna mais provável que Dilma esteja à frente.

A desconstrução de Aécio está funcionando, mas não na mesma intensidade da realizada com a ex-senadora Marina Silva. O eleitorado está bem dividido. Nos votos válidos, o Datafolha deu 52% para Dilma contra 48% de Aécio.

A presidente cresceu em quase todos os segmentos do eleitorado, exceto entre os mais ricos da região Sul. Houve uma melhora da situação de Dilma na região Sudeste. Há um empate técnico clássico nas taxas de rejeição. Aécio tem 40%. Dilma, 39%.

A campanha petista mirou na nova classe média, faixa do eleitorado representada por quem tem renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos. Aécio tinha vantagem de 11 pontos percentuais. Hoje, há empate técnico, com 46% para o tucano contra 43% da petista.

Essa mudança aconteceu devido à comparação entre os governos do PT e do PSDB. Aécio foi associado ao governo Fernando Henrique Cardoso. O PT fez comparações entre a economia daquele período e a atual. A indicação de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda, anunciada por Aécio no primeiro turno, facilitou essa associação. Armínio presidiu o Banco Central no governo FHC.

A crise de bastecimento de água em São Paulo tem sido usada pelo PT para tentar desgastar Aécio no maior colégio eleitoral do país. Tem chance de dar certo, porque, em eleições, leva vantagem quem consegue estabelecer a pauta do debate.

Dilma está conseguindo colocar o oponente na defensiva. A crise de falta de água em São Paulo continuará a ter presença forte na propaganda petista e nos discursos de Dilma.

Quem governa São Paulo é Geraldo Alckmin, do PSDB. Mas o PT usa a crise para desgastar o modo tucano de governar e, assim, atingir Aécio indiretamente.

Há uma diferença em relação ao primeiro turno. Antes, havia candidatos disputando o poder no Estado, o que dava um ar de ataque eleitoral às críticas dos adversários a Alckmin. O PSDB sempre usou o discurso de que não faltaria água. E a imprensa está mostrando que está faltando água.

Mesmo que não consiga ganhar votos, a estratégia do PT é tentar tirar votos de Aécio em São Paulo. Numa eleição apertada e que não está decidida, é um fator que pode fazer a diferença.