DILMA: Diálogo nacional, o PSDB, também devem estender as mãos - Por Janguiê Diniz

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Diálogo nacional – Janguiê Diniz*

As fases ou ciclos caracterizam as dinâmicas econômicas e políticas de todos os países. Quando pensamos no desenvolvimento da economia nacional, o Brasil passou por diversos ciclos: desenvolvimentismo versus ortodoxia; Controle de preços versus utilização do câmbio e dos juros para o controle da inflação; Industrialização versus desindustrialização e avanço do setor de serviços.

No aspecto político também não foi diferente. Na trajetória de construção da história política brasileira, tivemos o Império versus a República; Ditadura versus democracia; Golpe versus contragolpe; Abertura democrática versus regime militar; Democracia versus impeachment. E, agora, após a eleição presidencial de 2014, novos ciclos surgiram.

No âmbito econômico, o primeiro governo Dilma optou pelo desenvolvimentismo, ou seja, a utilização do estado como ator central na condução da economia. Vários programas sociais foram ampliados e outros foram criados. Tivemos o controle de preços e a Petrobrás, empresa de economia mista, foi alçada como uma das maiores propulsoras do desenvolvimento econômico. As medidas econômicas realizadas pela presidente Dilma tiveram méritos enquanto a conjuntura ofertava condições. Porém, após a reeleição, a presidente optou pela ortodoxia e abandonou o desenvolvimentismo.

O primeiro mandato do governo Dilma foi caracterizado pelo apoio da opinião pública e incipientes conflitos com o Congresso Nacional. O bem estar econômico dos brasileiros e a demissão de ministros acusados de corrupção possibilitaram a construção de um ótimo relacionamento com a mídia. No entanto, vieram as manifestações de junho de 2013, históricas para o País. Elas resultaram na queda abrupta da popularidade de Dilma Rousseff.

Para o segundo mandato, a presidente optou por políticas econômicas ortodoxas e não investiu no diálogo com a classe política. Como consequência, vários conflitos entre Dilma e o Congresso surgiram. As denúncias de corrupção, a redução das expectativas positivas do eleitor para com o futuro da economia e a inflação resultaram em uma queda da popularidade da presidente em todos os segmentos sociais e provocaram  manifestações nas ruas do Brasil.

A sociedade brasileira  esta extremamente incomodada.  Dificultando ainda mais o cenário, a relação entre Poder Legislativo e Dilma Rousseff tem se caracterizado por agonias frequentes, onde os parlamentares não apoiam as medidas econômicas propostas pela presidente, inclusive o próprio PT, partido de Dilma. A justificativa é que muitos parlamentares acreditam que estão sendo desprestigiados pela presidente da República. Aproveitando a situação, a oposição tenta enfraquecer, a cada dia, o governo da presidente Dilma.

Em todos os segmentos, as crises existem para serem superadas. A continuidade delas poderá trazer custos econômicos  e sociais para todos os brasileiros, custos que já está sendo sentido pela população. Como saída, a presidente Dilma deve estender a mão para as grandes lideranças políticas, empresarias e sociais, propondo um grande  diálogo nacional. Os atores convocados para esta conversa, inclusive o PSDB, também devem estender as mãos.  Só através de um grande diálogo nacional, o Brasil  poderá sair desta enorme crise, que já se apresenta como uma das maiores crises que o pais já passou.
*Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional