Deputado critica aliança do PMDB com PSB: “Eu continuo na oposição, não me rendi às benesses de ninguém”

O deputado federal Manoel Júnior (PMDB) criticou a aliança formalizada entre seu partido e o PSB. Durante entrevista na rádio Sanhauá, na tarde de hoje, o deputado revelou reuniões entre líderes do PMDB com Cássio Cunha Lima e sugeriu que a escolha pela adesão ao PSB foi em troca de benefícios.

Manoel Júnior disse existir um acordo entre o PMDB e o PSDB que foi desfeito após decisão pela candidatura do senador Vital do Rêgo Filho: “Eu fui chamado pelo senador Vital para convencer Veneziano a ser o candidato ao Senado na chapa de Cássio. Em março deste ano esses encontros aconteceram na minha casa e na de Vital e Veneziano concordou”, revelou.

O deputado disse que parte dos parlamentares do PMDB não concordaram com as “reviravoltas” e a substituição do nome de Veneziano pelo de Vital Filho na disputa pelo Governo do Estado: “Eu estava trabalhando pela candidatura de Veneziano por toda a Paraíba. Agora, nós reagimos quando houve a substituição e não foi só Manoel Júnior e Trócolli Júnior, foi boa parte do PMDB. Nós não traímos Veneziano, se houve traição veio lá de Campina Grande. Se alguém detonou Veneziano foi o próprio irmão”, enfatizou.

O discurso de oposição é mantido pelo deputado, que criticou a mudança de postura de alguns líderes do partido: “Eu não sei como o PMDB decide apoiar Ricardo Coutinho e negar tudo que disse por cinco anos. E não é só Veneziano, todos os líderes do PMDB que sobem no palanque de Ricardo deixaram seus discursos se esvaindo. Então, isso deve ser explicado a população”, cobrou Manoel Júnior.

O impedimento de Manoel Júnior em se aliar ao PSB é a postura do governador, conforme afirmou: “Não dá pra se aliar com um governador que não dialoga com ninguém, no Estado que as escolas são fechadas. Enfim, eu continuo na oposição, não me rendi às benesses de ninguém”, criticou.

Manoel Júnior alertou para a necessidade do PMDB redefinir as estratégias políticas: “O PMDB está se esvaindo por causa da mudança de discurso. É preciso que o partido se redefina. Nós erramos fundamentalmente nas estratégias do primeiro turno e, no segundo turno, erramos novamente”, concluiu.