Confusões sobre vices na reta final das convenções

Nonato Guedes

A definição sobre candidatos a vice nas chapas do PMDB e do PSDB marcaram a reta final das convenções homologatórias para o pleito à prefeitura em João Pessoa. No PMDB, o candidato José Maranhão anunciou no sábado, durante a convenção, chapa puro sangue, tendo o deputado Gervásio Filho como vice. A decisão causou reações no PTB, onde o vereador Aristávora Santos (Tavinho) apostava fichas na sua escolha. Em reuniões, ontem, o ‘staff’ de Maranhão acabou acolhendo o nome de Tavinho.

No PSDB, o senador Cícero Lucena anunciou o médico Ítalo Kumamoto (PSC) como seu companheiro de chapa. Todavia, o presidente do diretório regional, Marcondes Gadelha, insurgiu-se contra a aliança com o PSDB e ressaltou que tinha o apoio da direção nacional para celebrar composição com o petista Luciano Cartaxo, que já tinha vice escolhido: o jornalista Nonato Bandeira, do PPS. Cícero garante que Ítalo está mantido, enquanto Gadelha convocou entrevista para hoje a fim de dar sua versão sobre o desfecho, que ocorrerá judicialmente.

Gervásio Filho alegou “motivos de ordem financeira” para não integrar a chapa de Maranhão, além de compromissos com o mandato de deputado. Inúmeros emissários foram mobilizados para convencê-lo a aceitar a indicação, inutilmente. Foi quando Maranhão decidiu chamar o vereador Tavinho para uma conversa, na sua residência, no Altiplano Cabo Branco. Tavinho já havia dado declarações recusando qualquer apelo para compor a vice de JM, alegando que não se prestaria ao papel de “tapa-buraco” e queixando-se de desprestígio. Cedeu às ponderações de Maranhão e já está plenamente engajado na campanha.

O vereador Fernando Milanez, no auge do impasse, desabafou que as bases e lideranças peemedebistas com raízes na capital não estavam sendo levadas em conta pela cúpula do partido e lamentou que JM não tivesse um vice definido. Coube ao padre Adelino mediar as conversas com Tavinho Santos, que o levaram, finalmente, a concordar com a participação na chapa.

O anúncio do nome de Gervásio ocorreu, na convenção, à sua revelia. O parlamentar não compareceu ao evento e, no domingo, recusou-se a atender telefonemas de jornalistas para comentar sua posição. Antes de Gervásio e de Tavinho, Maranhão havia cogitado o nome do ex-senador Wilson Santiago para vice, mas WS foi descartado sem maiores explicações. A meta, agora, é reforçar o discurso da unidade no palanque de Maranhão, bem como dos seus compromissos em dotar a capital de uma mentalidade administrativa voltada para a maioria da população. Já Cícero Lucena reiterou, seguidamente, que não passam de boatos as insinuações sobre a retirada de Ítalo Kumamoto da sua chapa. O médico externou desabafos no Twitter, criticando o “autoritarismo” do ex-senador Marcondes Gadelha e insinuando que havia interesses pessoais em jogo para rifá-lo na composição com o PSDB, salientando que Gadelha havia conversado com o próprio Cícero nas vésperas da decisão e não fizera objeções à escolha do seu nome. Em meio a essa conjuntura, o deputado federal Efraim Filho (DEM), indicado para vice de Estelizabel Bezerra (PSB) advertiu que enquanto as oposições se dividiram, o bloco situacionista demonstrou coesão e firmeza. Ele alertou que a eleição de Estelizabel vai surpreender analistas políticos e pesos pesados sacramentados pela oposição. O governador Ricardo Coutinho, principal avalista da escolha de Estelizabel, assegurou engajamento integral na campanha e desafiou os adversários da candidata a demonstrarem o preparo que ela tem para concorrer à sucessão de Luciano Agra.