"Elas estão abaladas"

CASO DANIEL: Presas, Cristiana e Allana não recebem visitas e nem tomam sol

Allana e Cristiana estão presas na Penitenciária Feminina de Piraquara

 

Desde 8 de novembro Cristiana e Allana Brittes, suspeitas de terem participado do assassinato de Daniel Corrêa, dividem com outras presas uma cela destinada a detentas em período de triagem na Penitenciária Feminina de Piraquara, no Paraná, a 35 minutos de São José dos Pinhais, onde aconteceu o crime em 27 de outubro.

Sem banho de sol, sem visitas, sem televisão. Mãe e filha ficam 24 horas na cela reservada às presas da “triagem”. Além das duas, há outras detentas em situação semelhante. Mesmo ainda em prisão temporária, elas cumprem o regulamento obrigatório de adaptação, que dura em torno de 30 dias. As duas foram indiciadas por fraude processual e coação de testemunha. Cristiana também vai ser denunciada por homicídio pelo Ministério Público.

UOL Esporte apurou que Cristiana e Allana não levam rotina diferenciada ou têm tratamento fora do normal por se tratar de um crime de repercussão nacional. O contato com os funcionários do local também é visto como “normal”.

Cristiana e Allana Brittes, como as outras da triagem, não podem tomar banho de sol e receber visitas. A reportagem esteve no local em dia de visitação e conversou com pessoas que entraram para ver presas, mas nenhuma visualizou as mulheres da família Brittes.

Apesar de não terem contato com detentas condenadas e que já passaram pelo período de triagem, elas comem as mesmas três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar. Tudo é servido em sistema de buffet.

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As Brittes se vestem com o uniforme da penitenciária: camiseta branca e calça cinza confeccionado pelas presas da oficina de costura do local.Alguns objetos autorizados a presas que estão há mais tempo na penitenciária também são vetados. Só após cumprimento do período de adaptação, os detentos podem uma TV de até 20 polegadas e rádio portátil AM/FM, para utilização em rede elétrica, podendo ser utilizados somente um por cubículo.

Após o período de triagem as duas poderão receber visitas de pessoas devidamente cadastradas no departamento prisional. Cristiana tem uma irmã que poderá ir vê-la.

Em prisão temporária, há três alternativas para Cristiana e Allana Brittes: renovar a prisão temporária por mais 30 dias, converter em prisão preventiva ou a revogação da detenção.

Advogado: Cristiana pergunta muito da filha

Proibidas de receber visitas, o único contato com pessoas de fora da unidade prisional é com o advogado de defesa Cláudio Dalledone Júnior, que também defende Edison Brittes Júnior, o Juninho Riqueza, que confessou a autoria do assassinato de Daniel.

“Elas estão abaladas. O cárcere degrada e corrompe o ser humano. Elas não cometeram crime e estão sendo punidas por prisão cautelar de forma injusta”, disse o advogado.

Dalledone, que entrou com pedido de revogação da prisão temporária de Cristiana Brittes alegando necessidade de cuidar da filha de 11 anos, afirmou que a mulher de Juninho Riqueza “pergunta desesperadamente pela menina”. A Justiça negou a soltura de Cristiana.

Segundo Dalledone, a filha de 11 anos tem ficado com vizinhos. A irmã de Cristiana, que mora próximo à residência dos Brittes, ajuda nos cuidados da menina.

Allana Brittes, que completou 18 anos recentemente e comemorou o aniversário em festa no dia do crime, está em choque, segundo Dalledone.

Foi a irmã de Cristiana que levou à irmã e à sobrinha a única coisa que é permitida às presas da triagem: itens de higiene pessoal. Algumas roupas também são autorizadas. A irmã deixou a sacola com os objetos no local destinado sem ver as mulheres da família Brittes.

Notícias sobre espancamento da família na cadeia são falsas, segundo advogado

Nas últimas semanas falou-se de um possível espancamento de Juninho Riqueza, Cristiana Brittes e Allana na cadeia. Os rumores foram negados por Cláudio Dalledone. O advogado chegou a gravar um vídeo de Edison Brittes, no qual ele diz estar tudo bem.

“É uma disputa selvagem por audiência e isso foi uma notícia falsa que pautou o Brasil inteiro. Isso movimentou secretários do estado”, disse o advogado dos Brittes.

Além dos Brittes, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, David Vollero, Ygor King e Eduardo Purkote também estão presos. Juninho, Eduardo Henrique, David e Ygor foram indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Purkote foi indiciado por lesão grave.

Fonte: UOL
Créditos: Bruno Abdala e Karla Torralba