As pedras no sapato de Ricardo

Saúde, educação e segurança pública. De bandeiras primordiais durante a campanha eleitoral, que consagrou Ricardo Coutinho como governador do estado, transformaram-se no calcanhar de Aquiles de uma gestão que se aproxima dos cem dias de atuação.

Parece até um castigo, pois o governo passado foi praticamente massacrado pelo candidato Ricardo Coutinho, nos debates, no guia eleitoral e nas ruas, e os temas eram exatamente saúde, educação e segurança.

Hoje, já no comando do estado, Ricardo passa pelo mesmo pesadelo que viveu Maranhão e sofre as mais duras críticas por parte da população. O governo se vê num poço profundo de problemas, a grita é geral e focos de descontentamentos são observados de todos os lados.

Os três eixos tidos como prioritários pelo atual governador estão praticamente parados e em crise de convivência com o governo.

A educação desgasta o governo desde o pedido de exoneração do secretário e agora vive expectativa de uma greve já a partir do próximo dia 15. Falta habilidade para dialogar com a categoria, apontando uma perspectiva de entendimentos, um meio termo. Dizer que não tem entendimento se a greve for iniciada não resolve e nem contribui para solucionar o impasse. Passa a impressão de truculência, prepotência, inabilidade.

A saúde também perdeu um secretário, faltam medicamentos para os mais pobres e servidores avisam que podem parar atividades para barrar cortes nos salários e demissões em massa.
Na segurança, o governo é antipático perante as polícias, já enfrentou uma greve que durou vários dias, além dos rumores de que a PM faz uma “greve branca” nas ruas, adotando a tática de fazer “vistas grossas”, deixando a coisa correr solta. Tudo de forma silenciosa para mandar um recado para o governador.

São apenas alguns dos atropelos que o governo precisa resolver urgentemente. E as respostas precisam surgir imediatamente, sob pena de os desgastes não terem remédio para recuperação da imagem da gestão, nem tão pouco dos prejuízos que a sociedade vivencia diariamente.

Nilvan Ferreira