Três alunos se mataram em 2017

Advogado denuncia que cobrança excessiva na UFPB está levando alunos a depressão e ao suicídio

O advogado também garante que a falta de assistência aos alunos depressivos já foi motivo da entrada de um processo no Ministério Público da Paraíba

O renomado advogado, Oswaldo Jurema, escreveu um artigo reafirmando antigas denúncias com diversas irregularidades cometidas pela Universidade Federal da Paraíba, sendo a mais grave delas utilizando uma matéria veiculada no jornal Correio da Paraíba, onde supostos casos de depressão causados por regras abusivas e excessivas poderiam estar relacionados a casos de suicídio envolvendo alunos da UFPB.

Jurema diz que, entre outros métodos, as negligências e descasos cometidos na relação entre professores e alunos são oriundas de um inadequado método de ensino que tingem vários cursos, principalmente o de medicina.

O advogado também garante que a falta de assistência aos alunos depressivos já foi motivo da entrada de um processo no Ministério Público da Paraíba cobrando atendimento psicológico por parte da Universidade.

Os três casos de suicídio citados pelo advogado ocorreram em 2017 nos Campus III e IV e, embora não tenham sido comprovadamente relacionados aos excessos na UFPB, encontram voz nos outros alunos que não concordam com os métodos adotados na instituição.

As outras denúncias incluem falta de material, estruturas deterioradas e obras inacabadas.

Confira o relato na íntegra:

Infelizmente tenho me reportado à UFPB, na maioria das vezes, tecendo ásperas críticas, tendo em vista fatos não condizentes com a pertinência de uma gestão. Já enfoquei obras inacabadas cujas estruturas estavam se deteriorando e criando focos de mosquitos transmissores do Aedes Aegypt e seu maléfico exército; posteriormente, retratei um ato ignominioso de deboche e desumanidade ocorrido na sala de parto perante a parturiente, médicas, alunos e enfermeiras. E da última vez, tive enfim a alegria de comentar que a UFPB foi protagonista merecedora de todos os econômicos de uma pesquisa realizada pelo MEC, a qual abordou os Indicadores de Qualidade da Educação Superior. Uma boa notícia, finalmente! No entanto, esta semana o Correio da Paraíba, em matéria de capa, de autoria do atilado repórter Beto Pessoa, estampa a impactante manchete: “Pressão e Depressão na Universidade” e entre tantas denúncias de negligência, descaso e carência de material, constam fatos estarrecedores oriundos, ao que tudo indica, do relacionamento inamistoso entre professores e alunos. As circunstâncias levam a crer tratar-se de um inadequado método de ensino. Ou rigorosamente excessivo ou excessivamente rigoroso. Não houve réplica ainda. Segundo a reportagem o problema atinge alunos de vários cursos, principalmente o de Ciências Médicas. “A universidade deveria existir para ajudar estudantes, formar bons profissionais, mas ela destrói sonhos, cria indivíduos frustrados e doentes”, desabafou um estudante. Conta que alguns professores pressionam de tal forma que o não cumprimento do prazo para uma determinada tarefa – seja ele exíguo, seja ela ampla- faz o aluno por merecer a sentença: “Você não é capaz de vir a ser um bom profissional”. Uma mente entra em pânico! E o mais aterrorizante que justifica o título da reportagem, refere-se ao suicídio de três alunos nos Campus III e IV, em 2017. Difícil acreditar. Embora não tenha havido contestação. Pela falta de assistência aos alunos depressivos já foi dado entrada um processo no MPPB cobrando atendimento psicológico por parte da UFPB; E ainda apelo ao MEC para acionar o Programa Nacional de Assistência Estudantil. Mas, quem parece estar doente é a Universidade. Oswaldo Jurema. Advogado

Fonte: Redação
Créditos: Polêmica Paraíba