O blog do jornalista Jorge Bastos Moreno, publica uma carta do senador Lindbergh Farias, reclamando da inclusão de seu nome entre os políticos “citados” por Paulo Roberto Costa.

O protesto de Lindbergh revela a falta de responsabilidade da mídia, ao jogar no mesmo saco, citações de políticos num contexto que não configura nenhum crime, e políticos que são acusados, efetivamente, de receber propina.

E tudo através de um processo de delação premiada cujo segredo de justiça não foi respeitado e cujas provas não foram apresentadas.

Entretanto, a carta também revela o oportunismo de um senador que, como quase toda a cúpula do PT, passou os últimos anos sem fazer nenhuma defesa substancial dos membros do partido, do próprio partido, dos ataques e artimanhas diários da mídia.

É a velha história.

Assiste-se pela janela os fuzilamentos de reputação, em silêncio pusilânime.

Um dia, porém, os fuziladores batem à sua porta. E aí quem irá assistir a seu fuzilamento, pela janela, em silêncio covarde e cúmplice, serão outros.

*

No blog do Moreno.

A indignação de Lindbergh

Prezado Moreno,

Agradeço pela sua honestidade em buscar apurar os fatos e não deixar de ouvir os lados da notícia. De fato estou extremamente indignado com essa situação, pois não há nenhuma acusação contra mim nas denúncias de corrupção na Petrobras. É ilegal e irresponsável incluir numa mesma lista políticos acusados de receber propinas e outros que foram apenas citados. No meu caso, eu fui citado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa em um contexto diferente, que nada tem a ver com os fatos investigados referentes a essas denúncias.

Em janeiro deste ano, Paulo Roberto Costa, que já estava afastado da Petrobras desde 2012, participou de três reuniões do programa de governo, no setor de óleo e gás, por ser especialista na área. Nessa época ainda não pairavam suspeitas sobre seu envolvimento em qualquer irregularidade. Em uma dessas reuniões, falamos sobre as dificuldades financeiras da campanha e ele se ofereceu a buscar doações legais. Nossa legislação atual permite doação de empresa privada, ou seja, não há ilegalidade alguma nisso.

Reafirmo que não há nenhuma acusação contra mim. Meu nome foi citado nesse contexto de campanha, sem qualquer vínculo com as denúncias de corrupção na estatal. Quero que a verdade seja restabelecida o mais rapidamente possível e, por isso, fui até a Procuradoria-Geral da República pedir uma rápida conclusão dessa investigação, para que se possa separar o joio do trigo.

Senador Lindbergh Farias