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Vereadores ameaçam anular eleição da Mesa Diretora em Bayeux e tensão política aumenta entre grupos de Noquinha e Jeferson Kita

O vereador licenciado de Bayeux Adriano Martins (MDB), que também exerce a função de Secretário de Infraestrutura, informou que pretende ingressar com ações na Câmara Municipal da cidade e na Justiça para anular a eleição da Mesa Diretora para o segundo biênio. 

O vereador licenciado de Bayeux, Adriano Martins (MDB), que exerce a função de Secretário de Infraestrutura do prefeito interino Mauri Batista (PSL), o Noquinha, informou que pretende ingressar com ações na Câmara Municipal da cidade e na Justiça para anular a eleição da Mesa Diretora para o segundo biênio.

A intenção de Adriano Martins é subscrita por outros vereadores, aliados do atual prefeito interino. À reportagem do Arapuan Verdade, nesta segunda-feira (10), o parlamentar afirmou que a votação que elegeu Jeferson Kita (PSB) como o titular do segundo biênio foi irregular.

“A eleição foi decidida há dois anos, sem falar nas falhas absurdas contidas nessa eleição. É baseado nisso que a gente vai tentar anular, vamos fazer uma eleição onde todos os 17 [vereadores] vão ficar à vontade para colocar o seu nome”, disse. Ele afirmou que deve tentar anular a Mesa já próxima quinta-feira (13).

A intenção dos vereadores aliados de Noquinha elevou a tensão na Câmara dos vereadores. Jeferson Kita, que deve assumir a Mesa se não houver anulação, disse que não houve nenhuma irregularidade na votação e que vai recorrer caso os vereadores anulem a Mesa. Ele disse que a intenção de Adriano Martins é eleger um vereador da base do prefeito para assumir a Presidência da Câmara e que o objetivo do grupo é abrir caminho para que os vereadores elejam um novo prefeito indiretamente.

“Tivemos uma eleição por unanimidade, em que os 17 votaram a favor, chapa única, e só agora depois de 12 meses vieram apontar alguma irregularidade. Estamos tranquilos. A eleição foi feita dentro dos termos regimentais e tudo dentro da legalidade”, pontuou.

Crise política em Bayeux

A cidade de Bayeux vive na expectativa de que os vereadores cassem o mandato do prefeito afastado Berg Lima (sem partido), que está envolvido em uma investigação por supostamente ter extorquido um fornecedor da cidade. Ele chegou a ser preso em junho do ano passado, mas foi solto há um ano.

Na Câmara da cidade, um processo de cassação de Berg Lima está em tramitação. Há indícios de que ele praticou crime de responsabilidade enquanto estava exercendo o mandato. O prefeito afastado nega as irregularidades. Publicamente, todos os vereadores dizem que a melhor solução é cassar o mandato do prefeito afastado e realizar eleições diretas, mas nos bastidores há indicações  de que existe uma disputa entre os parlamentares.

Se Berg Lima for cassado ou renunciar ao mandato esse ano, ocorre eleições diretas na cidade. Se a renúncia o cassação acontecer no próximo ano, a Lei Orgânica de Bayeux prevê eleições indiretas. A disputa sobre a eleição da Mesa Diretora acontece, dentre outros fatores, porque o próximo presidente da Câmara deverá assumir a prefeitura a partir do dia 01 de janeiro e conduzir o processo de transição política na cidade, e favorecer um dos lados na disputa.

Os vereadores também discutem um projeto de lei que prevê eleições diretas em qualquer cenário, mas não há consenso sobre quando deverá acontecer a votação final dessa proposta.

 

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba