Prejuízo em mais de R$ 1 milhão

Polícia alerta para golpe que fez mais de 60 vítimas em João Pessoa, em 2018

Um novo golpe já fez mais de 60 vítimas em João Pessoa em 2018 e, por isso, a Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da cidade emitiu um alerta à população para evitar novos casos. Segundo o delegado Lucas Sá, o prejuízo às vítimas já ultrapassa R$ 1 milhão.

De acordo com o delegado, o crime é conhecido como golpe do “anúncio de veículos”. Nesta modalidade, o golpista engana um vendedor e um comprador de sites de vendas de veículos para conseguir o dinheiro, sem ao menos precisar estar no estado em que golpe foi aplicado. Como usam linhas telefônicas e contas bancárias de laranjas, a identificação dos criminosos fica mais difícil.
“Em razão da complexidade do golpe e do modus operandi inédito, diversas pessoas e até mesmo profissionais da área de segurança não estão familiarizadas com a presente situação e já houve relatos de detenção (até mesmo prisão) de vítimas do presente golpe”, diz a nota da DDF.

As investigações mostram que o golpista entra em contato com um anunciante de veículos em sites de venda e demonstra interesse no item. Ao negociar o pagamento, ele afirma que o pagamento será feita por uma terceira pessoa, por causa de uma dívida pessoal. Após confirmar que vai fazer a compra, ele pede que o vendedor retire o anúncio do site.
Com o anúncio fora do site, ele usa as mesmas fotos e informações do veículo para fazer um novo anúncio – falso – com um preço inferior, para atrair novos compradores mais rapidamente – algo em torno de R$ 18 mil. Ao interessado no anúncio, o golpista diz que um representante é quem vai mostrar o veículo pessoalmente para que seja feita uma vistoria e, assim, marca um encontro entre as duas vítimas.

Conversa entre criminoso e vítima de golpe do 'anúncio de veículos', em João Pessoa — Foto: Delegacia de Defraudações e Falsificações de João Pessoa/Reprodução

Sem conversarem entre si e confiando na legitimidade da negociação, o vendedor entrega o carro ao comprador e o comprador faz o pagamento ao golpista, que não precisou se encontrar pessoalmente com nenhuma das duas vítimas.
Como o vendedor não recebe o dinheiro, ele questiona a negociação e acredita que o comprador é, na verdade, o golpista. O comprador também fica no prejuízo porque, mesmo se estiver de posse do veículo, não tem os documentos porque o vendedor se entrega a entregar.
Segundo a DDF, já existem investigações em tramitação, com a identificação de diversos suspeitos, todos localizados em outros estados, e deverá representar pela prisão de todos, assim que as investigações forem concluídas. A estimativa é que cinco novas vítimas comparecem à delegacia toda semana.

Dicas da DDF para evitar cair no golpe do anúncio de veículos

. Anunciantes: evitar a inserção de dados pessoais e de detalhes dos produtos (placas de veículos, endereços de imóveis) nos anúncios feitos pela internet (limitar-se a informar o telefone de contato pessoal para eventuais interessados. Demais dados pessoais e dados dos produtos anunciados só deverão ser repassadas na conclusão do negócio);

.Formalizar todas as negociações, com a confecção do contrato (contrato deverá ter todos os dados pessoais do vendedor e do comprador, com cópia da documentação pessoal);

.Vendedor: não entregar o produto negociado antes de confirmar a realização do depósito/transferência de todo o valor negociado;
Comprador: não realizar depósito/transferência em conta bancária diversa do responsável pela negociação (depositar valores apenas nas contas bancárias da pessoa que assinar o contrato de compra e venda);

.Não repassar dados pessoais no início da negociação. Apenas após a confirmação da existência do produto, da procedência da negociação, é que deverão ser repassados os dados pessoais, para a realização do contrato;

.Desconfiar de valores diferentes do valor de mercado e de vantagens aparentes. Alguns golpistas costumam justificar os valores inferiores com a informação de que os bens negociados seria provenientes de situações emergenciais, como o fechamento de empresas, heranças, de forma a cobrar urgência na conclusão da negociação.

Fonte: G1
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