racionamento ou não?

O ABRE E FECHA DAS TORNEIRAS: O clima está esquentando em Campina Grande - Por Damásio Dia

O juiz também decidiu não aplicar, como pedido pelo MPF, a marca de 97 milhões de metros cúbicos como o volume a ser atingido para haver uma revisão da decisão de restringir o abastecimento. Segundo ele, somente poderá ser avaliada uma situação concreta, o que não ocorre no momento.

Com mais de 80% do seu território em condições semiáridas, onde a estiagem se prolonga por vários meses do ano e a seca é uma realidade para milhares de pessoas, a Paraíba volta a ser vítima da análise fria da lei. Após mais de dois anos de racionamento de água, os moradores da segunda maior cidade do Estado e outras 18 puderam voltar a ter água em casa com a chegada das águas do rio São Francisco. A alegria durou pouco mais de um mês, já que uma decisão da Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal, determinou a volta do racionamento de água.

Contrário à retomada do abastecimento regular de água, desde o início da manifestações do Estado sobre a possibilidade de suspender o racionamento, o MPF sustenta que é melhor esperar mais para não faltar água mais adiante.

O juiz também decidiu não aplicar, como pedido pelo MPF, a marca de 97 milhões de metros cúbicos como o volume a ser atingido para haver uma revisão da decisão de restringir o abastecimento. Segundo ele, somente poderá ser avaliada uma situação concreta, o que não ocorre no momento.

A Cagepa sustenta que “a captação atual é capaz de atender aos usos autorizados, bem como um aporte mensal de 3 milhões de metros cúbicos à reserva do açude”. Mesmo assim, os paraibanos da região voltam a sofrer com a restrição ao acesso à água.

Para o Governo do Estado que fez festa para a reabertura das torneiras, a decisão não se justifica tendo em vista que apesar do consumo, está havendo a captação de água pelo reservatório de Boqueirão. A decisão da Justiça ocorre no dia em que o governador Ricardo Coutinho fazia a terceira visita a Campina Grande, somente neste mês de setembro.

A presença do socialista, inclusive, tem sido motivo de queixas de adversários que vêem na concentração de benefícios uma tentativa de buscar apoio à sua gestão. Na cidade, a maior liderança política é o senador Cássio Cunha Lima. Seja por água ou por fogo, o clima esquenta em Campina Grande.

Créditos: Portal Correio da Paraíba