reversão sexual

"Não precisamos de cura, precisamos de respeito", diz presidente da Associação dos Travestis da Paraíba

"Estamos defendendo uma resolução que é sobre garantia de direitos humanos", diz ele.

Nos últimos dias, a cura da homossexualidade atráves de tratamentos psicológicos se tornou o centro de uma discussão efervescente, após decisão do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho que orienta profissionais da psicologia em atender pessoais que buscam o “cura” de sua orientação sexual.

Em debate no programa Rádio Verdade, do Sistema Arapuan, o vice-presidente da Conselho Regional de Psicologia, Lucílvio Eleutério e a presidente da Associação dos Travestis da Paraíba (Astrapa), Fernanda Benvenutti discutiram o tema que está levantando tanta polêmica.

Lucílvio Eleutério afirmou que o conselho é contra a decisão do juiz do Distrito Federal e que a orientação é monitorar e tratar quanto ao preconceito e não a reversão.

A Agência Nacional de Saúde (ANS) já tirou a homossexualidade da classificação de patologia.

“Estamos defendendo uma resolução que é sobre garantia de direitos humanos”, diz ele.

Fernanda Benvenutti, foi questionada se acredita na existência de ex-gay, a presidente da Astrapa disse que nem ela, “nem o mundo acredita. O que existe são pessoas que por motivos sociais ou religiosos, estão se escondendo. Não condeno ninguém, pois todos nós estamos tentando sobreviver neste mundo”.

Benvenutti também falou que conhece pessoas que buscaram ajuda para se entender, mas não para curar, pois ninguém busca cura de algo que não está doente.

ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA

Lucílvio explicou que quando uma pessoa vai em busca de mudar sua orientação sexual, os profissionais buscam tratar seus traumas e dores. “Eles acabam percebendo que a questão não está na insatisfação com sua sexualidade e sim, os sofrimentos causados pela sua orientação sexual”.

O psicólogo afirma que não é o papel da psicologia, curar ninguém de algo que se trata de humanidade.

PRECONCEITOS

Fernanda Benvenutti, hoje com 6 anos, relata que aos 9, seu pai dizia a sua mãe que ela era estranha. Ela foi levada ao psicólogo. “Eu ouvi atrás da porta o psicólogo dizer: Quer que seu filho viva com saúde e bem-estar? Deixe-o viver da forma que ele quiser”.

Para Fernanda os homossexuais sofre mais traumas que os heterossexuais. “Quando um hetero vai procurar emprego, ninguém questiona sua sexualidade, diferente do homossexual.

“Dar apoio a esta decisão dá margem para criação de sedes manicomiais para tratar os homossexuais”.

Os psicólogos podem atender pessoas que busquem compreender sua orientação sexual. No entanto, segundo Lucílvio, o psicólogo que atender com a intenção de querer curar a homossexualidade, será advertido. Caso o profissional reincida, caberá a ele uma punição do Conselho Regional de Psicologia.

Encerrando o debate, Benvenutti afirmou que “não existem homossexualidade e homossexuais precisando de cura, existem pessoas que precisam de carinho, afeto e respeito, tal qual, qualquer outra pessoa”.

https://soundcloud.com/redacao-4/respaldar-tratamento-de-reversao-sexual-vai-endossar-preconceito-maior-diz-crp

Fonte: Paraiba.com.br
Créditos: Estagiária Érika Soares