sepultamento será em Patos

Desembargador Orlando Jansen morre aos 93 anos de idade

Ele deixa viúva e quatro filhos

A cidade de Patos recebeu com pesar, no início da noite desta quarta-feira (3), a notícia do falecimento, no hospital da UNIMED, em João Pessoa, do desembargador Orlando Jansen, o único filho da terra que chegou ao Tribunal de Justiça da Paraíba e que, também, assumiu uma cadeira de vereador na capital do sertão da Paraíba. Filho do coronel da Polícia Militar, Vicente Jansen de Castro e de Alzira Luna Freire Jansen, Orlando Jansen nasceu aos 06 dias do mês de fevereiro de 1925, na tradicional rua do Prado. Em sua terra natal iniciou os estudos e foi um dos integrantes da terceira turma do Ginásio Diocesano para mais tarde, em outros centros, dar sequência a sua batalha educacional que culminaria com a formatura em Bacharelado pela Faculdade de Direito do Recife, cuja solenidade se deu em 13 de dezembro de 1952. Antes, porém, teve uma participação na política patoense, exercendo a função de vereador, cuja eleição aconteceu em 12 de outubro de 1947, obtendo 513 votos e sendo empossado no dia 08 de novembro do mesmo ano.

Disposto a seguir a carreira jurídica, ingressou no Ministério Público em 13 de novembro de 1953, como Procurador Substituto da Comarca de Princesa Isabel. De lá foi transferido para Patos, por ato assinado em 03 de abril de 1954. Em 1956 voltou a atuar na comarca anterior já como titular, resultado da aprovação em concurso público. Em 03 de maio de 1957 foi designado para a Promotoria de Mamanguape, de onde retornaria, mais uma vez, para Princesa Isabel. Sua atuação como promotor de justiça ainda teve passagens pelas comarcas de: Cajazeiras, João Pessoa, Pombal e Campina Grande. Indicado pelo Conselho Superior do Ministério Público passou a exercer o cargo de Subprocurador de Justiça tendo assumido, consequentemente, a Procuradoria Geral. Também na Capital, chegou a exercer a titularidade da Quinta Promotoria.

Aos 24 de maio de 1984, por indicação do Pleno do Tribunal de Justiça, Orlando Jansen figurou em lista tríplice e foi escolhido pelo então governador, Wilson Leite Braga, como Desembargador. A solenidade de posse aconteceu no dia 20 de junho, oportunidade em que foi saudado pelo Desembargador Arthur Virgínio de Moura, em nome do TJ; Procurador Geral de Justiça, Coriolano Dias de Sá, em nome do Ministério Público e o Advogado Raphael Carneiro Arnaud, pela OAB.

No seu currículo constam também as seguintes funções: Presidente e Procurador do Tribunal Regional Eleitoral; Membro do Conselho Superior do Ministério Público, Integrante do Conselho Penitenciário do Estado; Corregedor da Magistratura; Vice-Presidente do Tribunal de Justiça tendo exercido a presidência por várias vezes, chegando à aposentadoria em 29 de novembro de 1994.

Sempre ligado as suas raízes, Orlando Jansen continuou sendo uma presença constante na cidade de Patos, convergindo periodicamente para rever os amigos e familiares, colocando em dia os assuntos e revivendo os velhos tempos. Para ele, um dos motivos de sua maior satisfação foi poder contar com a presença do Monsenhor Vieira, na posse como desembargador, momento em que relembrou ao religioso a frase que sempre lhe dirigia nos tempos do Ginásio Diocesano: “Você não vai dá nem pra soldado de polícia”. Ouviu como resposta: “Foi o primeiro caso da história”.

Do casamento, em primeiras núpcias, com a professora Íris de Moura Jansen, nasceram os filhos: Alcides (procurador de justiça), Euller (juiz de direito), Felizardo (advogado) e Themis (assistente social). Com o falecimento da esposa, Orlando Jansen contraiu matrimônio com outra filha de Patos, Maria de Fátima de Lucena Lima, com a qual passou a residir em João Pessoa, mantendo casa para visita periódica na Capital do Sertão e propriedade rural (fazenda Frei Martinho), no município de São Mamede.

O velório acontece, inicialmente, em João Pessoa, na Central de Velórios São João Batista, até às 9h30 da manhã desta quinta-feira, 04/10/2018, momento em que inicia o translado para Patos, com chegada prevista para as 15h, na Câmara Municipal, onde permanecerá até às 17h, momento em que acontecerá o sepultamento no Cemitério São Miguel. 

Fonte: Folha Patoense
Créditos: Damião Lucena