Gratificação

Com queda de homicídios, Ricardo Coutinho garante subir gratificação à Polícia

O governador considerou um marca terrível mais 61 mil homicídios no país em 2016, segundo os dados divulgados pelo Fórum

 

O governador Ricardo Coutinho (PSB) comemorou nesta segunda-feira (30) os dados divulgados por pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado pelo jornal Folha de São Paulo, onde mostra diminuição de homicídio no estado em 2016. Coutinho afirmou que os números vêm caindo desde 2012, ano a ano. Coutinho afirmou ainda que irá aumentar o valor da gratificação dado a Polícia para a apreensão de armas.

“Há uma curva decrescente na Paraíba, são dados reais e concretos, a cada dia. A Paraíba vem diminuindo desde 2012, é o único estado do Brasil que vem diminuindo o úmero de homicídios. Eu não me sinto confortável porque o Brasil cresce e você ser o único estado com a queda durante os anos não é algo bom. O Brasil tem que ter uma política nacional. É por isso que nós criamos a gratificação por apreensão de arma. É por isso que eu vou crescer o valor da apreensão de armas agora, proposta do secretário Claudio Lima. É por isso que criamos o premio semestral por atendimento de meta, tudo isso faz parte da política pública implantada no estado”, frisou o governador.

O chefe do executivo do estado explicou que recebe à meia noite dados de homicídios. Até a meia noite de ontem, domingo (29), segundo o governador, Campina Grande estava há 155 horas sem ter um único homicídio e João Pessoa estava há 75 horas sem um assassinato.

“Isso quer dizer que existe um produto da política pública que está sendo implementada. A Paraíba é o único estado no Brasil que durante cinco, seis últimos anos, diminuiu ano após ano o número de homicídios. Se essa política não tivesse sido implementada no ano passado quando tivemos 1.322 homicídios. Se continuássemos a ter aquele aumento que tínhamos de 2010, 2009, 2008, de 22%, 24% e 25% ao ano de homicídios, nós teríamos 5.600 homicídios. Nós tivemos 1322. Ou seja, não é só a conta de quanto baixa, é a conta de quanto deixou de subir”, ressaltou.

O governador considerou um marca terrível mais 61 mil homicídios no país em 2016, segundo os dados divulgados pelo Fórum. “Isso é algo estarrecedor, mais do que uma guerra do Vietnam, de soldados americanos que morreram, não falo do povo vietnamita que foi um massacre. Mais do que anualmente a guerra da Síria. E o Brasil que se diz que está em paz exporta para o mundo números tão indesejáveis como estes”, argumentou.

No entender do governador, o Brasil precisa de um sistema público de segurança nacional com uma uniformização e uma mesma base para estados diferentes, com um mesmo serviço de inteligência, tecnologia e monitoramento de segurança nas ruas compartilhado.

“Essa é uma lógica importante, porque o restante, a Paraíba está dando conta do recado. Não falta combustível. Temos viaturas, armamentos, precisamos de reforma no Código Penal, tem muita gente que está preso, que era para estar solto, porque cometeu delitos menores, e tem muita gente que está solto que deveria estar preso. Eu não entendo que se prende alguém com um fuzil americano 556, que estoura um tanque, e ela é solta, vai embora. Praticar outras delinqüências, isso é culpa da legislação que precisa ter ajuste”.

Tráfico

Coutinho acredita que o tema da segurança tem que ser uma preocupação nacional já que as drogas são um dos principais motivos para a violência e assassinatos. “90% das mortes advém do trafico das drogas. O Brasil não produz uma folha de coca, tudo entra pelas fronteiras. A união nesses três anos reduziu pela metade a vigilância nas fronteiras. Esse é um drama que tem que ser enfrentado com muita determinação e coragem”.

Legalização da Maconha

Questionado se seria a favor da descriminalização da maconha, Coutinho explicou que entende que não é uma questão de opinião isolada. “Acho que é uma grande hipocrisia continuar a tratar a questão da dependência e do consumo simplemente como uma questão criminalização. Primeiro isso é a festa de quem ganha pela ilegalidade. Esse debate tem que acontecer, e não ser um debate moralista, ou exclusivista. Temos que chegar a um ponto onde se tenha a redução drástica dos homicídios. E que o estado tenha a capacidade de cuidar das pessoas, só pode cuidar se souber e a pessoa tiver confiança no estado. Essa discussão não é fácil, envolve muitas e muitas coisas”, finalizou.

Fonte: MaisPB
Créditos: MaisPB