Prevenção

Campanha Abril Verde alerta para números alarmantes de acidentes e mortes no trabalho

A cada três horas, um trabalhador morre em um acidente de trabalho, no Brasil. Por dia, pelo menos oito vidas são “apagadas”.

A cada três horas, um trabalhador morre em um acidente de trabalho, no Brasil. Por dia, pelo menos oito vidas são “apagadas”. Na Paraíba, a cada dia, seis trabalhadores são afastados das suas funções por causa de acidentes de trabalho e doenças laborais. O verde que já ilumina vários prédios públicos – entre eles, as sedes do MPT e do TRT na Paraíba – é uma homenagem a essas vítimas e alerta para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

“Por um Brasil sem doenças e acidentes do trabalho”, pede a campanha Abril Verde, que terá ações integradas de todo o Ministério Público do Trabalho e instituições parceiras durante este mês, com o objetivo de conscientizar a sociedade de que quanto “mais prevenção no trabalho, mais vida”.

Na Paraíba, a Campanha Abril Verde foi aberta oficialmente na última terça-feira (3). Na Capital, a abertura aconteceu à noite, no Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT 13), com a palestra “A Saúde e Segurança do Trabalhador no Brasil”, proferida pelo médico e professor de Medicina Preventiva e Social René Mendes. Ele lançou, na ocasião, o livro “Dicionário de Saúde e Segurança do Trabalhador: Conceitos, definições, história, cultura”.

Campina Grande

Em Campina Grande, a abertura ocorreu na manhã da terça-feira (3), na Câmara Municipal. O Projeto de Lei Nº 157/2017 – que institui o Abril Verde no município – foi aprovado por unanimidade na Casa Félix Araújo e será sancionado pelo Poder Executivo.

“Os dados de acidentes e mortes no trabalho no País não são dados de guerra, porque nem em guerra se mata tanto”, comparou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, que está coordenando a campanha no Estado, no âmbito do MPT.

“No Brasil, acontece um acidente de trabalho a cada 48 segundos. Estou falando há cinco minutos, então, no mínimo, cinco trabalhadores já foram acidentados. De 2012 a 2017, tivemos quase 15 mil mortes, no País”, afirmou Maracajá durante abertura do evento em Campina Grande.

Ele continuou: “Na Paraíba, esses problemas também são recorrentes. Nos últimos seis anos, foram gastos quase R$ 130 milhões com afastamentos, auxílio-doença e outros benefícios previdenciários, dos quais R$ 15 milhões só em Campina. Com esse dinheiro daria para construir cinco UPAs aqui na cidade. Então, o Abril Verde vem chamar a sociedade e explicitar a gravidade do que está ocorrendo”, colocou.

“O Ministério Público do Trabalho se sente imensamente honrado em poder participar de uma solenidade desta relevância. É imprescindível que venhamos a atuar na conscientização, na cultura da prevenção, para que avancemos, a partir daí, em medidas concretas”, ressaltou o procurador-chefe do MPT na Paraíba, Carlos Eduardo de Azevedo Lima.

Ele lembrou que o mês de abril não foi escolhido por acaso. “Nele, temos duas datas muito simbólicas: o Dia Mundial da Saúde (celebrado neste sábado, dia 7) e o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho (28)”, disse.

Palestra e lançamento de livro em JP

Durante sua palestra em João Pessoa, o médico René Mendes destacou os números de acidentes e mortes no trabalho no País, que são considerados alarmantes. Ele explorou os dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, ferramenta do MPT e da OIT, que permite fazer um mapeamento da situação, dando dados por municípios, Estados e perfil das vítimas. Pode ser acessado no endereçohttps://observatoriosst.mpt.

“O Observatório fornece dados para um planejamento mais eficaz para prevenção e mudança dessa inconcebível realidade de acidentes e doenças laborais”, ressaltou o procurador-chefe, Carlos Eduardo de Azevedo Lima.

Na Paraíba, cerca de 40 instituições públicas e privadas, empresas, associações, entidades, federações estão envolvidas nas ações do Abril Verde, entre elas o MPT, Ministério do Trabalho (MTb), AEST, ANEST, CREA-PB, TRT-13, AMATRA, TCE, Cerest Regional João Pessoa e Cerest Regional Campina Grande, Senai, UFPB, UFCG, IFPB.

Cidades envolvidas

Dezessete municípios paraibanos já confirmaram ações e estão engajados no movimento. São eles: João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Guarabira, Rio Tinto, Itapororoca, Mamanguape, Mataraca, Alagoa Nova, Lagoa Seca, Queimadas, Monteiro, Patos, Sousa, Barra de São Miguel, Areia e Cubati.

>>>PROGRAMAÇÃO

A programação pode ser acessada no site do MPT-PB (www.prt13.mpt.mp.br).

Fonte: MPT
Créditos: MPT