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MUDANÇAS NO PSL DA PB: Como a briga pelo poder acaba com a ideologia partidária - Por Leandro Borba

O fato é que a disputa pelo - até então - pequeno partido já vem causando barulho entre a classe política há algum tempo na Paraíba.

Nos últimos dias acompanhamos mais uma mudança no comando do PSL/Livres da Paraíba. Julian Lemos (presidente) e Rui Galdino (vice-presidente) assumiram o comando do diretório estadual do partido, graças a filiação de Jair Bolsonaro para disputar a Presidência da República nas eleições de Outubro.

O fato é que a disputa pelo – até então – pequeno partido já vem causando barulho entre a classe política há algum tempo na Paraíba. Há cerca de três meses o vereador Lucas de Brito, através da executiva nacional do PSL, conseguiu ser nomeado presidente estadual da legenda, em substituição ao Deputado Tião Gomes, que foi destituído do cargo via e mail. À época, o fato causou desconforto entre os filiados e gerou a saída de várias pessoas do partido, entre eles o deputado João Bosco Carneiro Júnior, que assim como Tião, citou a falta de afinidade com as ideias da nova diretoria.

Para muitos, Lucas de Brito agora provou do próprio remédio, já que a mesma executiva nacional abriu mão de seus serviços em favor dos comandados de Bolsonaro na Paraíba.

Isso só mostra a dimensão da falta de ideologia que vivemos hoje no país – não é algo exclusivo do PSL – todo mundo quer um partido pra chamar de seu, uma legenda pra comandar não só politicamente, como financeiramente. Ser presidente de um partido virou um negócio dos mais lucrativos que apenas os mais poderosos conseguem manter.

Exemplos não faltam, há alguns anos acompanhamos o até então desconhecido PEN (Partido Ecológico Nacional) tornar-se um dos partidos com maior representatividade no Estado ao receber o então Presidente da Assembleia, Ricardo Marcelo, e seus aliados nos quadros do partido. Alguém já os viu lutando pelas causas ecológicas?

Partidos liberais que não sabem o verdadeiro significado dessa ideologia, partidos socialistas que têm entre suas maiores virtudes praticar o capitalismo, sem falar nos republicanos ou trabalhistas.

A falência do sistema partidário no Brasil não é de hoje, mas a cada dia que passa só aumenta, já que novos registros para criação de partidos se acumulam no TSE.

Isso sem falar na nova moda de alterar o nome das legendas numa clara tentativa de apagar o passado repleto de escândalos dos partidos brasileiros, desde o PFL virando Democratas, passando por vários “Avante”, “Livres”, “Podemos”, até o mais recente, PMDB voltando a se chamar MDB para tentar recuperar os tempos de glória de outrora.

A grande verdade é que essa modalidade de negócio precisa chegar ao fim, para que possamos começar uma remada de retomada de credibilidade da classe política junto a sociedade brasileira.

 

 

 

Fonte: Leandro Borba
Créditos: Polêmica Paraíba