Encontro das oposições na Capital: em casa de farinha pouca, meu pirão primeiro - Por Josival Pereira

O problema é que os partidos de maior porte precisam disputar eleições em João Pessoa não apenas para eleger vereadores, mas, sobretudo, para conquistar uma fatia do eleitorado, já que, sem quinhão na Capital, nenhuma força política pode almejar o poder estadual. Neste contexto, se inscrevem o PSDB e o PMDB. O senador Cássio Cunha Lima afirmou que a tendência é a de que os tucanos tenham seu candidato a prefeito. O deputado Manoel Júnior asseverou que os peemedebistas terão candidato.

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Depois de algumas idas e vindas, finalmente, líderes de partidos de oposição em João Pessoa se reuniram, cumprindo articulação do deputado Wilson Santiago Filho (PTB).
A frequência ganhou até a qualificação do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e do deputado federal Manoel Júnior (PMDB), que pleiteia ser candidato a prefeito.
O objetivo anunciado do encontro seria o de discutir problemas e propostas para João Pessoa. Terá, então, conseguido seu intento?
O deputado Wilson Filho anuncia uma série de reuniões temáticas para os próximos meses, mas, a rigor, a expectativa criada para o encontro desta segunda-feira foi bem mais político do que a ideia de uma reunião de trabalho.
Do ponto vista político-eleitoral, esse aglomerado partidário terá algum futuro?
O vereador Raoni Mendes, com um pé fora do PDT, defende a unidade do grupo partidário, com o lançamento, lá em 2016, de um candidato único, que seria aquele melhor posicionado nas pesquisas.
Tenha-se, pois, com muita clareza, que a ideia de unidade dos partidos de oposição ao prefeito Luciano Cartaxo (PT) defendida por Raoni talvez não passe de ilusão. E a razão é simples e pode ser explicitada por uma velha sabedoria popular: \”em casa de farinha pouca, meu pirão primeiro\”.
O problema é que os partidos de maior porte precisam disputar eleições em João Pessoa não apenas para eleger vereadores, mas, sobretudo, para conquistar uma fatia do eleitorado, já que, sem quinhão na Capital, nenhuma força política pode almejar o poder estadual.
Neste contexto, se inscrevem o PSDB e o PMDB. O senador Cássio Cunha Lima afirmou que a tendência é a de que os tucanos tenham seu candidato a prefeito. O deputado Manoel Júnior asseverou que os peemedebistas terão candidato. Ser candidato é também o sonho do deputado Wilson Filho. Ora, significa que cada um vai querer mexer seu pirão primeiro. Logo, dificilmente haverá unidade do primeiro turno.
Assim, a perspectiva de qualquer unidade mais ampla no primeiro turno da disputa só ocorrerá em caso de uma possível polarização, tipo o governador Ricardo Coutinho (PSB) com seu esquema de um lado e as demais forças do outro. Quase improvável.

por Josival Pereira