Eleições 2018

Haddad derrota Bolsonaro com larga vantagem em Paris - Veja Vídeo

Mesmo com o desistência de alguns brasileiros que moram longe, quando comparado com a eleição de 2014, a abstenção deste ano foi menor. Na disputa entre Dilma e Aécio, 64% das pessoas que haviam transferido seu título de eleitor para Paris não compareceram. Vale ressaltar que o número de inscritos também cresceu, passando de cerca de 8 mil a pouco mais de 11 mil.

A votação em Paris terminou às 17h pelo horário local, (13h em Brasília) e transcorreu sem incidentes, com 16 urnas eletrônicas instaladas no Espace Cléry, um centro de eventos alugado pelo Consulado Brasileiro no 2° distrito da capital francesa.

A abstenção foi considerada bastante alta neste domingo, já que 57,6% dos  inscritos não apareceram para votar, repetindo o mesmo índice do primeiro turno. As férias escolares de outono, que duram até o início de novembro, podem ter sido uma das principais causas do alto índice, já que muita gente aproveita a época para viajar. Outro fator que pode ter influenciado a abstenção expressiva dos eleitores brasileiros na França é a concentração da votação em Paris.

Cecilia Avelino veio de Lyon, no sudeste do país, e diz que votar está ficando cada vez mais caro para quem mora fora da capital francesa. “No primeiro turno eu pude vir com o TGV (trem de alta velocidade), e em duas horas conseguir chegar para votar. Mas desta vez, com as férias escolares, os preços subiram demais. Acabei optando por um trem normal que demora quase 5 horas para percorrer o caminho entre Lyon e Paris”.

Cecilia contou que normalmente aproveita a viagem para visitar Paris, mas que desta vez, o foco ficou somente na eleição. “Geralmente tentamos aproveitar o nosso tempo para passar por algum museu, procurar um livro em alguma biblioteca, mas sinceramente, neste segundo turno, estou tão mexida com a situação toda que não estou nem conseguindo olhar para o resto de Paris”, afirmou.

A votação neste segundo turno aconteceu sem incidentes graves. A polícia francesa acompanhou do lado de fora a movimentação dos eleitores, que foi maior no período da manhã.

Em alguns momentos, apoiadores dos dois candidatos se enfrentaram verbalmente utilizando slogans e provocações. Enquanto os partidários do candidato do PSL usavam bandeiras do Brasil, os militantes de esquerda responderam exibindo livros, gritando que iriam votar no “professor”. Apesar das divergências, o confronto verbal terminou em abraços entre os eleitores.

Mesmo com o desistência de alguns brasileiros que moram longe, quando comparado com a eleição de 2014, a abstenção deste ano foi menor. Na disputa entre Dilma e Aécio, 64% das pessoas que haviam transferido seu título de eleitor para Paris não compareceram. Vale ressaltar que o número de inscritos também cresceu, passando de cerca de 8 mil a pouco mais de 11 mil.

No primeiro turno da eleição, os brasileiros residentes na França deram a vitória a Ciro Gomes, de PDT. O petista Fernando Haddad ficou em segundo na votação, à frente de Bolsonaro, terceiro colocado.

A votação em Haddad no segundo turno confirma uma tendência observada nas últimas eleições para presidente. Desde 1998, o PT ganhou quase todas as disputas em Paris, com Lula e Dilma vencendo com folga em 2002, 2006 e 2010. Perdeu somente em 2014, quando a vitória foi de Aécio Neves.

https://youtu.be/UNDzZczn4s4

Fonte: RFI
Créditos: RFI