tortura e cativeiro

13 pessoas acorrentadas: se você fosse vizinho delas, teria percebido?

13 pessoas acorrentadas em casa, onde só podiam tomar banho uma vez por ano. Se lavassem acima dos punhos, recebiam castigos por desperdiçar água. Uma casa comum, que não levantava suspeitas. Até uma das filhas finalmente conseguir fugir e chamar a polícia. A história é aterrorizante em vários aspectos para nós, que vivemos a milhares de quilômetros da casa dos Turpin, na Califórnia. A loucura do casal que torturava 13 filhos de 29 a 2 anos de idade mexe com a gente. Mas imagina o choque para os vizinhos deles?

Um belo dia você acorda e vê a casa em frente à sua nos noticiários, porque lá, há anos, aconteciam crimes brutais contra menores de idade. Bem embaixo do seu nariz. Você nunca ouviu um grito, nem sabia que tinha tanta gente lá dentro e cumprimentava os criminosos com um aceno de cabeça toda semana no mercado. Como você se sentiria?

Hoje, nas grandes metrópoles, a gente mal olha para a cara do vizinho. Se eu encontrar os meus num ambiente fora do prédio, como o shopping ou algum restaurante, sou capaz de nem reconhecê-los. Como, então, se eu morasse perto dos Turpin, eu perceberia que dentro de casa eles estariam cometendo atrocidades? Se estivesse na minha mão salvar a vida dessas 13 crianças, adolescentes e adultos, será que eu teria percebido?

Tá, isso é um ponto. O outro são os avós. Se essa família não tivesse desistido dos filhos e de seus 13 netos, não teria percebido que a situação estava fora de controle? É normal que ninguém tenha notado que por trás de um corte de cabelo esquisito e da fixação por Elvis Presley e Disneylândia estava um casal psicopata?

E mais: será que, em menor escala, escondidos sob a desculpa do “não tenho nada a ver com isso”, não estamos deixando gente das nossas famílias na mão? Por que aprendemos algo com o monstruoso casal Turpin, que torturou por anos física e psicologicamente seus filhos nos Estados Unidos: fotos felizes no Facebook não são o sinal mais confiável de que a coisa vai bem.

Fonte: UOL
Créditos: Luciana Bugni