opinião

BRASIL: A poderosa fábrica de efeitos! - Por Francisco Airton

A população leiga vai continuar aceitando o que lhe for imposto. Mas é bom lembrar que para tudo tem que ter limites!

O país assiste anestesiado espetáculos cada vez mais grotescos, produzidos por quem mais detém poderes na terrinha! É claro que esses poderes estão a cada momento bem mais harmônicos no ofício do “como fazer” para tirar o melhor proveito das riquezas infindas (ou quase) que a natureza se encarrega de produzir por aqui, bem como do que a mão de obra barata e por que não dizer escrava, pode produzir!

Então, para continuar se beneficiando de tudo o que é produzido, é necessário se fazer de tudo – qualquer coisa – para se perpetuar nas mamatas, arrumadinhos e explorações! Podemos dizer que é assim desde que fomos descobertos. Sempre mandou quem parecia mais forte ou mais esperto! Mas o que não se pode negar é que nos últimos cinco anos a coisa tem se tornado mais aviltante! Pessoas que tem a obrigação de cuidar do nosso patrimônio, tem se profissionalizado cada vez mais no sofisticado método de enganar a boa fé e se dar bem em todos os sentidos!

Não vou voltar no tempo para contar a todos o que todo mundo já sabe. Mas desde a aplicação do golpe que começou a ser arquitetado logo após as eleições de 2014, o Brasil se viu enredado por uma horda de poderosos bandidos que, a medida em que iam tecendo a teia, outros iam saindo dos seus esconderijos encorajados pelo medo que sentiam de serem descobertos! A rede de corrupção existia, mas vivia nas sombras, somente esperando a grande oportunidade! Os corruptos sempre estiveram infiltrados no meio do povo e sempre saíram do povo!

Precisavam agora se organizarem melhor e reforçar a grande engrenagem, infiltrando os chamados agente do mal nos setores primordiais da sociedade. As instituições foram invadidas e manchadas produzindo soldados prontos para contribuírem de forma nefasta no fortalecimento da poderosa fábrica de produzir efeitos!

A partir daí ficou mais fácil enganar uma população cada vez mais fragilizada e totalmente aberta aos milagres (qualquer milagre) que lhe fosse oferecido! O importante era sair do lamaçal cuidadosamente fabricado. O povo é facilmente iludido, basta ver no que as pessoas acreditam e compartilham nas redes sociais como verdade!

O que chama a atenção, no entanto, é que a justiça tem procurado cumprir o seu papel de total isenção ao prender corruptos, mas ao que parece aqueles agentes infiltrados que falávamos anteriormente, tem agido de forma tão eficiente que acabam abaixando a venda de um dos olhos da cega senhora e quase sempre alguém acaba escapando da sua balança! O que estamos presenciando nos últimos tempos é o uso frequente de dois pesos e duas medidas na hora de condenar!

Nem será preciso aqui citar casos, ilustrar, por que essa mesma população que tem se deixado enganar com facilidade, começa a acordar e se indignar com a ação de um ou outro magistrado que se arvora dos poderes a ele constituído e prende um peixe pequeno para deixar passar outros bem maiores!

A criação da Lava Jato – além da esperança que plantou na sociedade – acabou enaltecendo e criando ídolos que mais tarde acabaram por decepcionar ao se mostrarem pessoas comuns, cheias de ambição e de falhas humanas que até então pareciam inconcebíveis! Mas ainda bem que a letargia não conseguiu alcançar todo mundo e sempre haverá um vigilante para denunciar os possíveis deslizes dos idolatrados.

Meter a mão em mais de 2 bilhões e meio de reais fruto da arrecadação das propinas devolvidas aos cofres públicos no intuito de se criar uma fundação, foi um desses deslizes que fez uma parte da população acordar e vetar a ponto dos interessados recuarem da proposta!

Com o desgaste e os arranhões na até então imaculada operação, alguma coisa teria que ser feita para tirar novamente o foco! Os escândalos protagonizados pelo governo que acabara de assumir, os assassinatos de Marielle Franco e o motorista Anderson, o enaltecimento das milícias e outros, o aumento dos feminicídios, as gafes do presidente, a entrega dos nossos valores, pelo presidente, aos americanos, os escândalos envolvendo a “família dinamite”, os filhos mandando mais que os ministros, e ultimamente uma guerra declarada entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, envolvendo ministro Moro e com o próprio Bolsonaro, onde Maia chegou a jogar a toalha e dizer que não ajudaria mais na aprovação da proposta da nova previdência e outros incidentes, tudo necessitava de uma ação de efeito – uma cortina de fumaça – no sentido de tirar o foco!

O ex-presidente da república e seus companheiros de ações nefastas, Michell Temer acabou sendo pego de surpresa e foi preso logo ao sair de casa atraindo todos os olhares! E ai quem acabou sendo surpreendido mesmo, foi o povo! De novo o caos estava sobre os trilhos para continuar a sua viajem desastrosa pelo resto do país!

Enquanto a população comemorava a ideia de que a justiça é realmente para todos, eis que uma autoridade dessas de plantão acabou com a festa e soltou todos os presos envolvidos como se nunca houvera crimes! Eu não queria citar, mas o Lula, até para dar o último adeus ao irmão morto, foi impedido e quando da morte do neto quase que também seria impedido!

E olhem que um desses senhores juízes de plantão, ensaiou a soltura de Lula e imediatamente o Dr. Moro, que estava de férias, interrompeu a folga para acionar um colega que pudesse impedir aquela ordem! Então é assim que funciona? “Aos amigos tudo. Aos inimigos aplicamos a lei”?

Fica cada vez mais evidente que o sincronismo entre os poderosos existe regido com eficiência, pelos chamados agentes (as peças podres) distribuídas de forma tão eficaz para que a poderosa “fábrica de efeitos” siga produzindo e beneficiando a todos os envolvidos! Longe de mim querer ofender qualquer autoridade dos nossos poderes constituídos! Apenas lamento as infiltrações e cobro justiça!

Ela existe e deve ser aplicada a todos indistintamente! A população leiga vai continuar aceitando o que lhe for imposto. Mas é bom lembrar que para tudo tem que ter limites!

Fonte: Francisco Airton
Créditos: Francisco Airton