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Trans prestigiam partida de Tiffany e atleta se emociona com o reconhecimento

Ser a primeira atleta transexual a jogar vôlei numa liga profissional do Brasil transformou Tifanny em um ícone.

Ser a primeira atleta transexual a jogar vôlei numa liga profissional do Brasil transformou Tifanny em um ícone. Ela teve o nome gritado no ginásio do rival por torcedores trans que foram a Osasco ver o jogo entre o Bauru e o Vôlei Nestlé, na sexta-feira (2), pela Superliga feminina.

Após o término da partida, Tifanny atendeu aos chamados e foi até a grade para tirar selfies com dezenas de pessoas. Tanto interesse ocorre porque a jogadora encarna a luta por direitos e oportunidades para a comunidade transexual.

Como forma de reconhecimeno e apoio, esse grupo de pessoas organizou uma caravana para assistir aos jogos do Bauru. Entre os fãs de Tifanny estava Duda Leão, 33 anos, que segurava um cartaz em apoio a jogadora.

Ela nunca havia pisado em um ginásio de vôlei, mas estava na área delimitada por uma bandeira do arco-íris porque enxerga na atleta um avanço que precisa ser defendido. “Desde sempre somos excluídas de vários espaços. A Tifanny representa uma mudança e estou aqui por uma causa”.

Samir Chervencov, 26 anos, não é transexual e estava na torcida que se intitulava #TeamTifanny. Gay, ele elogia o ineditismo e a coragem da jogadora. “É um símbolo de representatividade e conquista de espaço. Ela está quebrando barreiras e fazendo algo que a gente nunca viu”.

As 42 pessoas que estavam na torcida usavam palavras como “guerreira, inspiradora e pioneira” para definir a jogadora. Organizadora da caravana, Amara Moira, 32 anos, explicou que a maioria dos os participantes mora em São Paulo e combinou pelo Facebook de se encontrar no metrô para ir ao ginásio.

O grupo era constituído basicamente por transexuais, mas também faziam parte gays e pessoas que se identificam com o próprio gênero (cis).

Muitos não estavam acostumados com o ambiente esportivo e aprovaram os gritos da torcida, a música nos intervalos e o clima do ginásio. Mas as mulheres transexuais reclamaram que a segurança feminina se recusou a fazer a revista. O Vôlei Nestlé informou que vai apurar o caso.

Tanta atenção sensibilizou Tifanny, que agradeceu o apoio da caravana. “Você vê que coisa linda. As pessoas precisam entender que ser transexual não é motivo de ser marginalizada. Temos o direito de viver na sociedade com amor e carinho como todo mundo. Só tenho a agradecer as meninas por virem me dar apoio”.

Fonte: Folha de São Paulo
Créditos: Folha de São Paulo