Operação Cartola

Para promotor do MP, a FPF é a maior culpada pelo caos no futebol paraibano

O promotor de Justiça do Ministério Público, Octávio Paulo Neto, em entrevista à Rádio CBN João Pessoa nesta quinta-feira, foi enfático e dirigiu a responsabilidade do caos instalado no futebol do estado à Federação Paraibana de Futebol (FPF). O também coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que integra as investigações da Operação Cartola juntamente com a Polícia Civil, entende que a instituição que deveria representar, organizar e dar exemplos ao desporto acaba por ser o maior conivente com as manipulações de resultado investigadas pelas entidades.

– Acho que a culpa mais grave é da FPF, é do corpo diretivo da Federação Paraibana de Futebol. Porque se, porventura, não houvesse essa conivência, a gente não teria esse cenário – afirmou o promotor de justiça.

Para Octávio Neto, a Federação deveria ter freado as atitudes ilícitas dos clubes e da arbitragem. Na opinião do promotor, uma vez que não houve interrupção das atitudes ilícitas, a entidade torna-se conivente com as supostas manipulações de resultados e acaba ficando imersa nas ilegalidades.

Em sua entrevista à CBN João Pessoa, Octávio ainda minimizou a culpa dos dirigentes dos clubes pelo envolvimento no esquema de corrupção. É que, segundo ele, os nomes citados durante toda a investigação agiram de acordo com a paixão sem limites por suas respectivas agremiações.

– Acredito que muitos dos que, em tese, compõem os times são levados por paixões desmedidas e não conhecem os limites. E quem deveria dar esses limites é a Federação Paraibana de Futebol que, estranhamente, de maneira infeliz, aderiu a esse tipo de conduta – evidenciou o promotor.

Os apontamentos do coordenador do Gaeco foram provocados pelo fato de o Ministério Público ter denunciado, na noite dessa quarta-feira, 17 envolvidos no esquema de corrupção no futebol paraibano. A lista com os 17 nomes foi enviada à 4ª Vara Criminal de João Pessoa. Entre os nomes apontados, está o de Amadeu Rodrigues, presidente da Federação Paraibana de Futebol, e outros funcionários da entidade.

Fonte: Globo Esporte Paraíba
Créditos: Globo Esporte Paraíba