Mal dirigido

Para argentinos a culpa da seleção não ter ganho nada com Messi é dos treinadores

No domingo, Messi decidiu o clássico entre Real Madrid e Barcelona no Santiago Bernabéu e chegou a 500 gols na carreira com o clube catalão.

No domingo, Messi decidiu o clássico entre Real Madrid e Barcelona no Santiago Bernabéu e chegou a 500 gols na carreira com o clube catalão. O jogador, cinco vezes eleito o melhor do mundo, porém, nunca conquistou um título com a seleção argentina. Em 2014, 2015 e 2016, chegou perto: foi vice da Copa do Mundo e de duas Copas Américas. Para os especialistas e torcedores do time albiceleste, a explicação está no comando técnico: os treinadores da seleção não estariam à altura do camisa 10, segundo o jornalista Ariel Palacios.

– Os argentinos, de uma forma geral, tanto os especialistas, jornalistas esportivos quanto a torcida, afirmam que o Lionel Messi é como um Rolls-Royce nas mãos de um grupo de pessoas que não sabem dirigir direito, com motoristas se alternando no volante, sem saber aproveitar o potencial total do veículo. É como se você tivesse um Rolls-Royce para fazer entrega de pizza. Ou como ter Luciano Pavarotti só para cantar jingles de publicidade, e desaproveitar esse gênio da ópera.

Desde que estreou na seleção, em 2005 (com uma expulsão, diante da Hungria, menos de um minuto depois de entrar em campo), Messi já teve sete treinadores na Argentina (José Pekerman, Alfio Basile, Diego Maradona, Sergio Batista, Alejandro Sabella, Gerardo Martino e Edgardo Bauza). Como o último da lista foi demitido, haverá um oitavo.

Com Jorge Sampaoli, do Sevilla e ex-seleção do Chile, como o mais cotado para o cargo, o próximo treinador da Argentina terá que escolher entre uma renovação do elenco ou seguir confiando em astros como Di María (PSG), Higuaín (Juventus) e Agüero (Manchester City). Além disso, precisa fazer a equipe jogar melhor sem seu principal craque.

– Os analistas e a torcida indicam que Messi está rodeado, neste momento, de jogadores que, na seleção, seus ciclos teriam se encerrado como Sergio Agüero, Gonzalo Higuaín ou Ángel di María. Outros jogadores que poderiam ter uma sinergia interessante com ele, como Mauro Icardi, nunca são convocados. O paradoxo é que, parte dessa orquestra futebolística, com Messi, não funciona. Não seria a orquestra adequada. Mas, ao mesmo tempo, não dá para separar a seleção de Messi. A seleção não está preparada para jogar sem Messi. Por isso, todos falam que a seleção sofre de uma “Messidependência”. Sempre que Messi esteve ausente, seja por punições ou lesões, a seleção ficou completamente desorientada.

A Argentina tem amistoso contra o Brasil, marcado para o dia 9 de junho, na Austrália. Nas eliminatórias, o próximo desafio será diante do Uruguai, em Montevidéu, no dia 31 de agosto. Messi não estará em campo, após ser suspenso por quatro partidas, por xingamentos ao auxiliar brasileiro Emerson Carvalho, na vitória por 1 a 0 sobre o Chile.

Fonte: SporTV