Comparação

Niki Lauda afirma que transplante de pulmão foi pior que acidente em que correu risco de vida

Não é exagero nenhum dizer que Niki Lauda venceu a morte por duas vezes. A primeira, em agosto de 1976, quando sofreu um terrível acidente ao volante da Ferrari em Nürburgring.

Não é exagero nenhum dizer que Niki Lauda venceu a morte por duas vezes. A primeira, em agosto de 1976, quando sofreu um terrível acidente ao volante da Ferrari em Nürburgring. O piloto chegou até a receber a extrema unção, mas se recuperou de forma surpreendente e voltou a acelerar apenas um mês depois da quase tragédia na Alemanha. 42 anos depois, em julho de 2018, Lauda foi internado em um hospital de Viena em razão de uma grave doença pulmonar e foi submetido a uma rara e arriscada cirurgia de transplante de pulmão. O estado do piloto foi declarado como extremamente grave antes da operação. Novamente, Niki venceu a corrida pela vida e está em fase final do seu processo de recuperação.

Lauda deu uma entrevista ao diário italiano ‘La Gazzetta dello Sport’ e recordou os momentos antes e depois do transplante. O ex-piloto e atual dirigente revelou como reagiu à notícia quando soube que teria de ser submetido à operação. “No começo, não acreditei, então tomei nota, começando a perguntar quanto tempo duraria a estadia. Quando certas coisas acontecem, você tem de olhar sempre para a frente”.

Renascido como uma fênix depois daquele 1º de agosto de 1976, Lauda entende que o processo vivido neste ano foi muito mais difícil do que o acidente em Nürburgring. “Quando tive o acidente na Alemanha, foi apenas uma questão de um mês ou mais. Sofri queimaduras, mas saí rapidamente. Foi muito longo, mas ainda estou aqui”, disse. Por outro lado, Lauda é claro ao dizer: “Tenho de ser sincero: nunca tive medo, estive nas mãos de excelentes especialistas, confiei neles”.

Mesmo durante a fase mais difícil do processo de recuperação, quando ficou por meses internado no Hospital Geral de Viena, Lauda revelou que jamais deixou de acompanhar a F1 e os trabalhos da Mercedes.

“Não perdi um único GP. Assisti a todas as corridas, liguei para a garagem durante os finais de semana, eles sempre me disseram o que estava acontecendo, era como estar junto com os outros à beira da pista. Devo dizer que descobri mais uma vez o calor do povo com quem venho trabalhando por anos, todos preocupados comigo”, lembrou.

O tricampeão do mundo rasgou elogios ao trabalho de Lewis Hamilton no seu caminho rumo ao pentacampeonato e recordou a preocupação do britânico com seu estado de saúde. “Foi excepcional. Ele venceu o Mundial mais difícil porque, muitas vezes, a Ferrari era melhor que a gente, mas ele não cometeu um erro sequer. Ele me telefonava, me informava, assim como Toto [Wolff], assim como outros a quem agradeço”.

Lauda também revelou ter sido surpreendido ao receber uma carta enviada por Sebastian Vettel desejando pronta recuperação. O ex-piloto da Ferrari ainda rendeu palavras elogiosas ao tetracampeão e se mostrou confiante em sua reação na próxima temporada.

“Uma das coisas que mais me agradou foi a carta que Seb me enviou, escrita à mão, cheia de palavras bonitas, de considerações afetuosas. Não esperava isso. Geralmente, os pilotos não fazem essas coisas, eles apenas guiam, mas ele é uma bela pessoa. Sofreu momentos difíceis, nós sabemos, mas seria absurdo questioná-lo. Ele vai se recuperar, um campeão nunca se esquece como se guia. Como sempre, ele vai ser o grande rival de Hamilton em 2019”, disse. Por fim, Lauda comentou, com felicidade, que vai poder passar o Natal com a família, ainda que em meio ao seu processo de reabilitação.

“Estava no hospital até dois dias atrás, então fui liberado a ir para casa e voei para minha casa em Ibiza, onde vou passar o Natal com toda minha família. Seis horas de treino por dia, acompanhadas por dois treinadores que não me deixam nem por um momento. Eles me disseram que eu deveria estar totalmente em forma e pronto para começar de novo com a minha vida, como de costume”, complementou Lauda, assegurando que em breve vai voltar ao paddock da F1.

Fonte: Grande Prêmio
Créditos: Grande Prêmio