Tudo ou nada

Itália precisa vencer para evitar um vexame mundial

Já imaginou uma Copa do Mundo sem a Itália? A seleção tetracampeã, que disputou todas as edições do torneio desde 1958… Pois nada disso conta neste momento. O risco de tal zebra acontecer é real. E é principalmente graças à fraca atuação que o time comandado por Giampiero Ventura teve no jogo de ida contra a Suécia na última sexta-feira, em Estocolmo, pela repescagem europeia. Os suecos venceram por 1 a 0 e agora jogam pelo empate em Milão, nesta segunda, para garantir vaga no Mundial da Rússia.

O clima em todo o país é de muita tensão. Críticos do técnico e da equipe, os italianos estão preocupados e pouco confiantes na reviravolta. Tanto imprensa quanto torcida. A possível não ida à Copa, que só aconteceu duas vezes até hoje – em 1930, por desistência, e 1958, curiosamente quando a competição ocorreu na própria Suécia -, está sendo tratada como “tragédia nacional”.

– Eu estava muito confiante dias atrás, antes do primeiro jogo, mas tenho que ser honesto e agora não estou mais, porque a última atuação não foi nem um pouco boa. A Itália jogou muito mal. Os jogadores estavam assustados, estáticos. Não vi neles vontade de vencer, de conquistar a vaga na Copa. Então, não estou muito confiante e não sei o que esperar. Não ir à Copa seria uma tragédia nacional – disse o jornalista Federico Thoman.

– Esses jogadores ainda não encontraram a química desde que Ventura assumiu a seleção. Realmente não sei. Eu não apostaria meu dinheiro nisso, mas espero que a Itália se classifique – afirmou outro jornalista, Simone Nobilini.

Chance de último jogo de Buffon pela Itália

Para evitar essa tragédia, a seleção italiana conta com a força da torcida e do estádio San Siro. São esperadas mais de 70 mil pessoas apoiando a Azzurra. A grande maioria esboça alguma confiança, mas acaba deixando escapar a ansiedade e a preocupação. E a tradicional forte defesa italiana não será suficiente desta vez. É preciso balançar as redes.

– Sou confiante sempre com a Itália. Vi o primeiro jogo, e a Suécia não me pareceu uma grande equipe. Se não nos classificarmos à Copa… Não sei. A verdade é que talvez seja melhor ser eliminado do que passar vergonha na Copa. Mas não dá para torcer para não nos classificarmos – disse um torcedor italiano.

O momento é tão importante e desafiador para o grupo de Giampiero Ventura que até o experiente goleiro Buffon, de 39 anos, admitiu a tensão.
– Estou tenso, mas é bom, porque com dois jogos em três dias é impossível descomprimir. Estou muito concentrado na partida – declarou o capitão, que deve se aposentar da seleção se a vaga na Copa do Mundo não for conquistada.

Jorginho italiano?

A Itália tem o desfalque de Verratti, suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos, e o favorito para assumir essa vaga é o brasileiro Jorginho. O jogador, que é um dos destaques do Napoli e nunca atuou profissionalmente no Brasil, tem dupla nacionalidade e é cotado por Tite para a Seleção. Mas, se entrar em campo pela repescagem, não poderá mais vestir a Amarelinha. Ele já atuou em dois amistosos pela Azzurra (Espanha e Escócia em 2016), mas nunca em uma partida oficial.

Ventura deve deixar o esquema 4-4-2 de lado e voltar ao 3-5-2, que vinha fazendo sucesso na Itália nos últimos anos. Segundo a imprensa italiana, a tendência é que Belotti e De Rossi percam a titularidade para Gabbiadini e Florenzi, respectivamente.

A Suécia, por sua vez, está jogando ainda mais pressão para o lado italiano. Na cabeça deles, o fato de terem vencido a partida de ida não os torna favoritos nesta repescagem.
– A pressão está com eles. A Itália é uma grande nação que quase sempre jogou a Copa do Mundo. Não temos nada a perder e iremos a campo para conseguir um bom desempenho – disse o zagueiro Andreas Granqvist, que atuou no futebol italiano entre 2011 e 2013, no Genoa, e atualmente defende o Krasnodar, da Rússia.

Prováveis escalações:

Itália: Buffon, Barzagli, Bonucci e Chiellini; Candreva, Jorginho, Parolo, Florenzi e Darmian; Gabbiadini e Immobile. Técnico: Giampiero Ventura.
Suécia: Olsen, Krafth, Lindelöf, Granqvist e Augustinsson; Johansson, Svensson, Claesson e Forsberg; Toivonen e Berg. Técnico: Jan Andersson.

Fonte: Globo Esorte
Créditos: Globo Esporte