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Ídolo da Raposa anuncia ida para o futebol gaúcho

O Campinense anunciou no último domingo as contratações de dois goleiros - Jeferson e Delone - e, com isso, praticamente fechou as portas da temporada 2018 para Gledson

O Campinense anunciou no último domingo as contratações de dois goleiros – Jeferson e Delone – e, com isso, praticamente fechou as portas da temporada 2018 para Gledson. Ídolo do clube paraibano nos últimos anos, o goleiro até tinha uma conversa iniciada com a diretoria da Raposa para assinar um novo contrato, mas, sem resposta, acabou definindo seu futuro longe de Campina Grande. O próprio arqueiro anunciou que está de partida para o Rio Grande do Sul, onde vai defender o Caxias.

Gledson é, talvez, o principal nome do Campinense nas últimas três temporadas. Respeitado pela torcida e pelos companheiros de time, ele sempre foi um dos líderes do Rubro-Negro, dentro e fora de campo. Em julho deste ano, após a eliminação da Raposa na Série D do Brasileiro, a diretoria rubro-negra rescindiu os contratos de quase todo o elenco, inclusive o do goleiro. Após a sua saída, o arqueiro afirmou que havia um diálogo prévio com os dirigentes raposeiros sobre a possibilidade de ele retornar ao clube para a temporada 2018. Alguns meses se passaram e, sem um novo contato, sequer para assinar um pré-contrato, como aconteceu nos anos anteriores, Gledson está indo embora de vez.

– É isso mesmo, vou para o Caxias. Faz um tempinho que a negociação está rolando. Após a rescisão, tive com o Campinense uma coisa verbal, indefinida, nada concreto, e, como atleta, não pude ficar em algo indefinido – revelou Gledson.

Num misto de desapontamento por não seguir no Campinense e também de compreensão com os novos projetos da diretoria rubro-negra para a próxima temporada, o goleiro reitera que não houve um novo contato do clube, que só tem duas competições para disputar em 2018.

– Se a diretoria valorizasse os atletas remanescentes, seria diferente. Mas não houve esse contato, e eu entendo que a realidade da equipe para a próxima temporada é diferente – desabafou.
Segundo o jogador, enquanto aguardava uma resposta do Campinense, ele recebeu propostas de outras agremiações, entre elas a do clube gaúcho. Quando percebeu que não poderia dar sequência a sua carreira na Raposa, tratou de abrir espaço para considerar a hipótese de seguir a vida fora de Campina Grande, cidade com a qual já está habituado e onde gosta de viver.

– Tive algumas propostas de outros clubes e até então eu analisei a melhor proposta. Conversamos bastante para ver se era viável minha ida ao Caxias. Gosto muito de Campina Grande, tenho respeito pelos clubes da cidade e vou estar sempre torcendo pelo futebol paraibano, para que os clubes consigam os acessos e ganhem mais visibilidade no cenário nacional. Quem tem a ganhar com isso não são só os clubes, o Estado como um todo sai ganhando – contou.

Agora o Campinense faz parte de um passado recente de Gledson. Passado no qual o goleiro conquistou os títulos de 2015 e 2016 do Campeonato Paraibano. Agora ele se prepara para encarar o desafio de disputar um campeonato no qual vai enfrentar times tradicionais no futebol brasileiro e mundial – Grêmio e Internacional. O Caxias terminou o Campeonato Gaúcho deste ano na terceira colocação – à frente do Grêmio, inclusive – e, com isso, vai disputar a Série D do Brasileiro em 2018, no qual pode acabar esbarrando justamente com o Campinense.

No novo clube, Gledson projeta ter uma história tão vitoriosa quanto a que construiu no Campinense, conquistando as metas do Caxias, que está sem calendário desde abril, quando foi eliminado nas semifinais do estadual, justamente no ano em que retornou para a 1ª divisão do Gauchão.
– Em todos os clubes pelos quais passei, fui bem sucedido. Procuro ter fé e trabalhar. Nada do que eu trabalho acontece sem que eu me dedique bastante. Tenho a oportunidade de jogar no Caxias e vou fazer de tudo para conseguir minhas metas pessoais e as do clube. Espero ser bem recebido como fui no Campinense. E ser tão vitorioso – contou.

Boas lembranças no Campinense

Ao fazer um balanço das três temporadas em que defendeu o Campinense, Gledson conta que teve mais momentos bons que ruins. De acordo com o goleiro, as maiores alegrias que teve na equipe foram o bicampeonato paraibano (2015-2016) e o vice na Copa do Nordeste 2016, especialmente por ter colaborado com o destaque que a equipe teve no cenário nacional. Por outro lado, o arqueiro aponta como a sua maior tristeza não ter conseguido o acesso para a Série C do Brasileiro.
E Gledson não esconde o descontentamento por não dar continuidade a sua trajetória na Raposa. Ele ressalta o quanto é importante para a carreira de um jogador – sobretudo goleiro – ter um certo tempo no clube onde atua. Os exemplos de Rogério Ceni no São Paulo e de Marcos no Palmeiras, inclusive, foram citados pelo jogador para destacar o quanto o trabalho a longo prazo pode fortalecer os laços entre clube e atleta. No entanto, Gledson se diz ciente que essas carreiras duradouras em clubes só são viáveis quando as equipes têm calendário cheio a cada temporada, o que não é o caso do Campinense em 2018.

Para o goleiro, a responsabilidade pelos insucessos nas metas traçadas durante o planejamento anual sempre recai por cima de quem tem mais tempo de casa.

– Neste ano, o Campinense não teve muito êxito e, nesses casos, sobra para quem tem mais experiência no clube, como eu, Negretti e Joécio – finalizou Gledson.

 

Fonte: Globo Esporte Paraíba
Créditos: Globo Esporte Paraíba