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Em ano cheio de polêmicas, Felipe Melo bomba mais na internet que em campo

Felipe Melo voltou ao centro das atenções após mais uma polêmica. O meio-campista do Palmeiras se envolveu em uma confusão com o meia corintiano Clayson, durante o dérbi de domingo em Itaquera, e usou as redes sociais para se pronunciar sobre o caso. A postagem resume o ano do veterano com a camisa alviverde: midiático, mas sem grandes atuações pelo clube alviverde – contra o Corinthians, por exemplo, ele sequer esteve em campo.

Desde a chegada, o experiente jogador de 34 anos ganhou o apoio dos torcedores com as palavras e o comportamento nas redes sociais. Em campo, acabou preterido muitas vezes pelos últimos dois treinadores. Se com Eduardo Baptista o ex-atleta da seleção brasileira era titular absoluto, com Cuca e Alberto Valentim a situação mudou: Felipe Melo hoje é apenas uma alternativa de banco de reservas e não inicia um jogo desde julho, na eliminação contra o Cruzeiro na Copa do Brasil. No caminho, chegou a ser afastado por pouco mais de 30 dias. São 20min jogados desde o retorno ao elenco, ocorrido em setembro.

Fora de campo, por outro lado, Felipe Melo acumulou polêmicas e ganhou apoiadores, especialmente torcedores do clube. Desde 1º de janeiro até a tarde da última segunda-feira, o veterano tuitou 217 vezes como palmeirense e ganhou mais de 69 mil seguidores. No Instagram, foram mais de 340 mil seguidores que viram 149 fotos e 38 vídeos publicados no mesmo período, segundo dados do CrowdTangle, programa especializado em monitoramento de redes sociais.

O último “causo” na internet foi o pronunciamento de Felipe Melo sobre a confusão com Clayson. O volante compartilhou o vídeo publicado no Twitter e falou sobre o assunto de forma irônica. “Cuspindo?!! Que coisa feia! Tem idade para ser meu neto. Vai ver que é mal de família”. Este post contou com mais de 600 retuitadas até a noite de segunda.

Até quando não escreveu algo diretamente, Felipe Melo “bombou” na internet. Logo na primeira entrevista como jogador do Palmeiras, o discurso agressivo de que “daria tapa na cara de uruguaio” ganhou as redes e imediatamente criou empatia do jogador com boa parte dos torcedores.

Entrevistas coletivas na Academia de Futebol, no entanto, se tornaram raras desde então. Foram mais duas depois da movimentada apresentação: véspera da vitória por 3 a 2 sobre o Peñarol, no Allianz Parque, e em setembro, após a reintegração ao elenco após um mês de afastamento durante o fim da Era Cuca no clube alviverde.

Em campo, a primeira polêmica veio semanas depois. Felipe Melo desarmou uma tentativa de chapéu de Samuel Xavier, jogador do Botafogo-SP, e cobrou o adversário com um grito. A imagem viralizou e reforçou o certo grau de idolatria atingido pelo volante antes mesmo de engatar uma sequência de jogos com a camisa alviverde.

Ainda no Campeonato Paulista, o perfil de “ídolo” em construção ganhou dois novos capítulos, e contra rivais. Depois da derrota para o Corinthians por 1 a 0, em Itaquera, classificou a atuação corintiana como a de um “time pequeno”; dias depois, se explicou e elogiou a postura adversária. No clássico contra o Santos, em entrevista ao Sportv, ironizou o público na Vila Belmiro, que o provocou durante todo o jogo.

“A gente está acostumado a jogar em caldeirão. Nunca vi caldeirão com oito mil pessoas. Caldeirão é lá no chiqueiro, pô. Mas é isso, é um grande time, o Santos é um ótimo time, excelente time”, disse depois de sair com as mãos no ouvido, “pedindo” para os santistas provocarem mais após a vitória palmeirense por 2 a 1.

As polêmicas atingiram uma proporção ainda maior no Uruguai. Ao falar que “daria tapa na cara”, Felipe Melo provocou a ira dos jogadores do Peñarol, que perseguiram o meio-campista e iniciaram uma batalha campal depois da vitória palmeirense no Estádio Campeón Del Siglo. Felipe Melo acertou um soco no uruguaio Mier, em imagem que hoje decora a sala do jogador em um porta-retrato.

BRUNO ULIVIERI/RAW IMAGE/ESTADÃO CONTEÚDO

Felipe Melo discutiu com Omar Feitosa e Cuca durante “rachão” na Academia

O comportamento polêmico do jogador também refletiu no dia a dia do Palmeiras. Foram dois bate-bocas em datas próximas – com o preparador físico Omar Feitosa e com Róger Guedes, em treino antes do jogo contra o Peñarol, no Uruguai – e uma discussão com Cuca que gerou o afastamento.

Depois da eliminação na Copa do Brasil para o Cruzeiro, em julho, Felipe Melo e Cuca tiveram um entrevero nos vestiários do Mineirão, e o treinador concluiu que o volante não poderia prosseguir no dia a dia com o elenco. O veterano, depois de um áudio vazado em que chama o comandante de “mau caráter”, foi liberado para procurar outro clube e treinou afastado dos outros jogadores. Só retornou em virtude de uma ação jurídica dos advogados do atleta, que notificaram extra-judicialmente o Palmeiras.

Hoje, sem Cuca, Felipe Melo trabalha normalmente no dia a dia, mas ainda sem uma grande atuação dentro de campo. Com contrato de mais duas temporadas na Academia de Futebol, o jogador ainda briga para retornar ao time titular em uma das posições mais concorridas no elenco. Além dos titulares Bruno Henrique, Tchê Tchê e Moisés, Alberto Valentim tem Thiago Santos e Jean como opções prioritárias ao veterano.

Fonte: UOL
Créditos: UOL