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Com Tite, Brasil terá preparação mais dura que nas últimas quatro Copas

A CBF finalizou nesta semana o calendário dos amistosos antes da divulgação da lista final de 23 jogadores para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018

A CBF finalizou nesta semana o calendário dos amistosos antes da divulgação da lista final de 23 jogadores para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Ainda este ano, dois amistosos: um contra o Japão, na França, e outro contra a Inglaterra, em Londres. Ano que vem, mais dois: Rússia, no país da Copa, e Alemanha, em Berlim. É a preparação mais forte da seleção brasileira para um Mundial nos últimos 20 anos.

— Achamos importante sentir o clima da Rússia, do torcedor, do estádio, e dos jogadores neste ambiente antes de a comissão técnica definir a lista final — disse o coordenador de seleções Edu Gaspar, ao anunciar os russos como últimos adversários confirmados.

O Brasil terá pela frente só seleções que estão classificadas para a Copa. Com exceção do Japão, os outro adversários ou são campeões mundiais (Alemanha e Inglaterra), ou serão cabeças de chave no ano que vem (Alemanha, de novo, e Rússia).

Tudo isso é inédito: tradicionalmente, a CBF se prepara marcando amistosos de baixo e médio nível para o Brasil, com um ou outro adversário mais forte. A última preparação com dois grandes jogos, por exemplo, foi em 1998: a seleção enfrentou Alemanha e Argentina, depois de vários jogos fracos contra Jamaica, Guatemala e outras seleções da Concacaf na Copa Ouro. Era a preparação para a Copa da França, naquele mesmo ano, em que o Brasil foi vice.

Desde então, o Brasil, enfrentando em maioria adversário fracos, nunca mais perdeu um amistoso desse tipo. Desde 2002, foram 13 jogos, 12 vitórias e um empate. Só três gols sofridos e 41 marcados, talvez criando sempre uma ilusão de uma equipe bem preparada para a Copa. A história mostra que nem sempre é assim.

Em 2002, antes do penta na Ásia, foram cinco jogos preparatórios no próprio ano da Copa: a fraca Bolívia, a classificada Arábia Saudita, a inexpressiva (na época) Islândia, e dois jogos com dificuldade média: Iugoslávia e Portugal. Ao todo, dois times que não iriam à Copa, nenhum ex-campeão.

Quatro anos depois, na polêmica preparação para a Copa da Alemanha, o Brasil só fez dois amistosos depois do fim das Eliminatórias. Em 2005, enfrentou os Emirados Árabes. No ano seguinte, um jogo isolado contra a Rússia. Ambas as equipes ficaram longe da Copa.

Com Dunga, em 2010, o primeiro confronto contra uma ex-campeã mundial na preparação para uma Copa desde 1998: em Doha, o Brasil venceu a Inglaerra com um gol de Nilmar. Depois, amistosos pífios: vitória por 2 a 0 contra Omã, e, no ano da Copa, antes da convocação, só um jogo contra a Irlanda, 2 a 0, dois gols de Robinho.

Para a Copa do Mundo de 2014, em casa, o Brasil viajou. Na penúltima convocação antes da lista oficial, vitórias nos Estados Unidos contra Honduras (5 a 0) e no Canadá contra o Chile (2 a 1), ainda em 2013. No ano do torneio, só um jogo, goleada contra a África do Sul fora de casa.

Depois de quatro Copas de tranquilidade em relação aos adversários na preparação, virão testes mais duros para 2018.

— Era nosso objetivo quatro jogos de alto nível. Enfrentaremos o Japão, Inglaterra, Alemanha e a Rússia. Essa será uma ótima base de trabalho para a comissão na construção e consolidação da equipe — conta Edu Gaspar.

Fonte: Extra