Vigilância Ambiental realiza ações de controle e conscientização sobre o Caracol Africano  

De acordo com Nilton Guedes, gerente da Vigilância Ambiental, além do controle preventivo a ação é uma maneira de capacitar os agentes para quando estiverem fazendo as visitas domiciliares possam orientar melhor a população. “Os agentes estão podendo ver e entender melhor as formas de reprodução e condições de abrigos para a espécie e isso influenciará no desenvolvimento dos próximos trabalhos na área, pois já estarão mais experientes no assunto”, explicou.

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Aproximadamente 40 agentes de Vigilância Ambiental do Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Cvaz), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizaram nesta sexta-feira (27), ao longo da orla do Cabo Branco, ação preventiva para o controle da Achatina fulica, conhecido por Caracol Africano.

De acordo com Nilton Guedes, gerente da Vigilância Ambiental, além do controle preventivo a ação é uma maneira de capacitar os agentes para quando estiverem fazendo as visitas domiciliares possam orientar melhor a população. “Os agentes estão podendo ver e entender melhor as formas de reprodução e condições de abrigos para a espécie e isso influenciará no desenvolvimento dos próximos trabalhos na área, pois já estarão mais experientes no assunto”, explicou.

Ainda de acordo com Nilton Guedes, de toda João Pessoa, a região do Cabo Branco é a área com maior incidência de aparecimento da espécie por causa das condições favoráveis à reprodução como a existência da vegetação.

“Nosso trabalho aqui não é apenas fazer a coleta da espécie e limpeza do local, estamos nos especializando, evitando a transmissão de doenças e conversando com a população sobre os perigos do manuseio indevido e a forma correta de se livrar do molusco”, comentou o agente de vigilância Ambiental, Ricardo Ferreira.

A policial federal aposentada, Rivani Monteiro, estava caminhando pela Orla quando encontrou os agentes desenvolvendo o trabalho e já recebeu instruções sobre as formas de lidar com o molusco. “Fico feliz que essas atividades sejam realizadas. Muitas vezes a gente nem sabe que existe um perigo desses tão perto, é nessas horas que vemos que realmente existe uma preocupação com a saúde e o bem estar da população”, comentou Rivani Monteiro.

Caracol Africano – Achatina fulica é um molusco vindo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha da África. Chegou ao Brasil de forma ilegal na década de 1980, no Paraná, com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a destes animais. Levado para outras regiões do país, a espécie não foi bem aceita pelos consumidores e proibida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), fazendo com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus representantes na natureza, sem tomar as devidas providências.

O Caracol Africano se reproduz de forma rápida e em larga escala e não possui um predador natural. “O nosso atual clima, onde uma hora chove e na outra está com sol, contribui para a proliferação do bicho, além disso, ambientes úmidos, com matéria orgânica e vegetação como os quintais e jardins das casas também favorecem o aparecimento do caracol”, explicou Nilton Guedes.

Consequência à população – O Achatina fulica é hospedeiro de várias espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias como a meningite.

A meningite causada por A. cantonensis, tipo de verme, começa com a ingestão do caramujo ou de muco do molusco infectado. Uma vez ingeridas, as larvas do verme migram para o sistema nervoso central e se alojam nas meninges – membranas que envolvem o cérebro. O organismo inicia uma reação inflamatória, que resulta no quadro de meningite. Geralmente, a doença é autolimitada, pois os parasitos não conseguem se reproduzir no ser humano e morrem naturalmente. No entanto, alguns pacientes desenvolvem formas graves e o índice de mortes é de 3%. O atraso no diagnóstico é um dos fatores que contribuem para o agravamento do quadro: cada dia de dor de cabeça prolongada aumenta em 26% as chances de coma.

Até agora no município não foi notificado nenhum caso de doenças causadas pelo molusco.

Eliminação e controle da espécie – A forma mais indicada para combater a espécie e que qualquer pessoa pode fazer é através da catação, que deve ser feita sempre com a mão isolada por luvas ou sacos plásticos. Em seguida o caracol deve ser afogado em um balde cheio de água com sabão.

O Centro de Vigilância Ambiental faz a catação e o controle em prédios e áreas públicas. Em áreas privadas como casas, condomínios e terrenos, o controle é de responsabilidade do proprietário.

Dengue – Além de ações preventivas para o Caracol Africano, a Cvaz, está realizando diversas atividades para intensificar o controle do mosquito Aedes aegytpi, transmissor da dengue.

As ações consistem em identificar os locais mais propícios à reprodução do mosquito, como cemitérios, depósito de sucatas, borracharias e obras. As equipes também realizam o controle químico através da aplicação de inseticidas e a retirada dos focos, em todos os bairros da capital.  As atividades tiveram início na última quarta-feira (25) e seguirão até o final do primeiro semestre.