Papa afirma não ver problemas em bater nos filhos desde que mantenha a 'dignidade'

Uma vez, ouvi um pai num encontro com casais que disse: “às vezes tenho que bater nos meus filhos, mas nunca no rosto para não humilhá-los”. Que lindo! Ele conhece o senso de dignidade. Tem que puni-los, mas o faz de modo justo e dá o assunto por encerrado — afirmou Francisco segundo a agência Associated Press, que entrou em contato com os porta-vozes do Vaticano em busca de maiores explicações mas não teve resposta até o fechamento desta edição.

PAPA FRANCISCO
‘Tem que puni-los, mas de modo justo’, diz em audiência com pais no Vaticano

VATICANO – O Papa Francisco apoiou castigos físicos nos filhos, desde que “a dignidade deles” seja mantida. Ele fez a observação durante sua audiência semanal, dedicada ao papel dos pais na família.

O líder católico ressaltou as características de um “bom pai”: aquele que perdoa mas é capaz de “corrigir com firmeza”. E lembrou uma história.

— Uma vez, ouvi um pai num encontro com casais que disse: “às vezes tenho que bater nos meus filhos, mas nunca no rosto para não humilhá-los”. Que lindo! Ele conhece o senso de dignidade. Tem que puni-los, mas o faz de modo justo e dá o assunto por encerrado — afirmou Francisco segundo a agência Associated Press, que entrou em contato com os porta-vozes do Vaticano em busca de maiores explicações mas não teve resposta até o fechamento desta edição.

Nos últimos tempos, deslizes verbais do Papa têm provocado constrangimentos. Num voo entre Manila e Roma, mês passado, ele falou em “colonização ideológica” das famílias e do mundo em desenvolvimento por parte do Ocidente, que estaria impondo sua visão sobre controle de natalidade e direitos dos homossexuais aos países pobres em troca de ajuda econômica. As declarações repercutiram mal entre entidades de direitos humanos, para as quais, ao falar em imposição da aceitação à homossexualidade, Francisco pressupõe haver alternativa: a não aceitação.

Na semana anterior, ao comentar a matança no semanário satírico francês “Charlie Hebdo”, mais polêmica. Após sustentar que nada justifica ataques ou mortes em nome de Deus, ele afirmou que a liberdade de expressão tem limites e disse que seu assistente poderia “esperar um soco” se xingasse sua mãe:

—É normal. Você não pode insultar a religião dos outros.
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