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Pabllo Vittar de Angola grava com Taís Araújo e sonha cantar com Drag brasileira "seria um tiro"

Esta é Titica, cantora trans africana que já é chamada de Pabllo Vittar de Angola. A moça é conhecida como a rainha de Kuduro em seu país e no mundo. Mas até chegar a esse posto, teve que amargar muito preconceito. “Entre pedras e ofensas, eu passei por muita coisa feia. Graças a Deus, nem tudo foi contra e tenho pessoas que confiam e acreditam em mim. Já fui embaixadora da ONUSIDA Angola e eleita a trans mais influente da África. Meus pais, se estivessem vivos, estariam orgulhosos da minha determinação”, conta ela.

Em breve, Titica será vista na TV brasileira. Ela está gravando “Mr Brau”. “Este convite veio da própria Tais Araújo, o qual agradeço tamanha honra, afinal Xica da Silva foi minha musa inspiradora”, diz a angolana ao se referir a personagem que alçou Taís ao estrelato.

De olho no que acontece no Brasil, Titica tem um sonho: cantar com Pabllo Vittar, a quem chama de mana: “Sou superfã! Ela é uma das artistas brasileiras com quem mais ambiciono cantar. Acredito que juntas, em defesa da causa LGBT, seria um tiro na cara do preconceito. Me identifico muito com o estilo e música dela. A música que dá nome ao meu álbum novo ‘Pra quê julgar’ seria perfeita com a voz da Pabllo”.

Preconceito lá e aqui

Assim como muitos transgêneros, Titica passou por muito apedrejamento antes de se tornar uma referência. “Tenho a sorte de ser amada pelo meu povo. No início, me discriminavam. Mas chegou a um ponto em que, graças ao apoio inicial das crianças, minhas maiores fãs. Hoje dão mais importância à minha arte do que à minha identidade sexual. Angola está um pouco mais avançada em relação à liberdade sexual na África. Nós fomos os primeiros LGBT a lutar por afirmação e respeito, e agora é mais fácil para os jovens se assumirem”, avalia.

Titica quer gravar com Pabllo Vittar
Quanto às relações amorosas, tanto lá quanto aqui, o machismo ainda impera: “Os homens mantêm relações que podem durar anos, mas não têm coragem de assumir que amam uma trans. No meu caso, como figura publica, prefiro manter segredo de todas as minhas relações por causa da exposição e do assédio. No entanto, já tive a sorte de me envolver amorosamente com homens de caráter, que não têm medo do repúdio alheio”.

 

Fonte: Extra
Créditos: Extra