DINOSSAURO DO ROCK

No Dia do Rock, Serguei critica o sertanejo e conta que ainda é ‘um escravo do sexo’

Celebrado mundialmente nesta quinta-feira (13), o rock revolucionou a música e o comportamento de pessoas. Além de belas e importantes canções, o gênero musical apresentou ao público figuras emblemáticas, polêmicas e cheias de opiniões, como Serguei.

Celebrado mundialmente nesta quinta-feira (13), o rock revolucionou a música e o comportamento de pessoas. Além de belas e importantes canções, o gênero musical apresentou ao público figuras emblemáticas, polêmicas e cheias de opiniões, como Serguei. No auge dos seus 83 anos, o mais antigo roqueiro brasileiro em atividade festeja a vida, solta a voz — rouca e falha por vezes —, e diz se reconectar com o que há de melhor na vida subindo ao palco.

— O rock tem muito a comemorar. Todos nós, roqueiros, continuamos o amando muito. Nos shows que tenho feito por aí, o público se diverte. Tenho que me sentir muito feliz, né!? Sei que sou uma referência do gênero, mas o último grande astro que o rock produziu foi Cazuza (morto em 1990). As letras, a maneira de cantar, a atitude… tudo nele era rock and roll — derrete-se o cantor, para citar ainda Frejat: — Outra maravilha.

Ao mesmo tempo em que prefere não citar outros nomes do rock brasileiro da atualidade, Serguei critica o cenário musical do país, dominado pelo sertanejo.

— Querem nos fazer descer goela abaixo o sertanejo. A decadência desse país está rápida. Cantoras, o Brasil já não tem mais. A maior de todas, e ainda viva e em plena atividade, é Ângela Maria. Nunca vi uma voz tão poderosa — elogia ele.

Ao longo dos anos, o veterano artista vem tentando combater os desafinos financeiros e de saúde. Mas resiste! Apesar da insistente gagueira que compromete sua fala — ele alega ser causada por “um remédio para o cérebro” —, Serguei faz questão de reforçar que vive de forma saudável e conectado com a luxúria.

— Vou fazer 84 anos em novembro e nada me pega. Continuo louco e sem vergonha. Mas sem drogas. Se eu começar a tomar isso (droga), vou acabar esculhambando com o corpo. Preciso ficar mais um tempo por aqui — pontua ele, sem querer recordar o tempo em que fazia o uso de entorpecentes e preferindo falar sobre sexo: — Continuo totalmente sexual. Sou um escravo do sexo. Essa coisa de idade cronológica é uma piada. O seu corpo reage de acordo com a sua cabeça. Tenho relações com rapazes que eu conheço. Acho as mulheres fracas quando se refere a sexo.

Na estrada desde 1966, ele mora sozinho e não tem contato com nenhum familiar. Mas vive sempre na companhia de amigos, no Templo do Rock, como chama carinhosamente sua casa desde 1982, em Saquarema, na Região dos Lagos, no estado do Rio:

— Sou muito feliz. Só não sou mais porque perdi meus pais e alguns amigos.

 

Fonte: EXTRA