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JORNAL NACIONAL: Barreira do Cabo Branco, em João Pessoa, sofre erosão e pode desabar

A barreira do Cabo Branco, o ponto mais a leste do Brasil, ameaça desabar por causa do impacto das ondas do mar. Uma pista exclusiva e uma vista incrível. Desde a interdição para carros e motos, há quase dois anos, a barreira do Cabo Branco, em João Pessoa, virou ponto de ciclistas e corredores.

Projeto de recuperação não sai do papel por falta de licença ambiental. Pista era fechada para carros e motos e agora é proibida para pedestres.
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A barreira do Cabo Branco, o ponto mais a leste do Brasil, ameaça desabar por causa do impacto das ondas do mar. Uma pista exclusiva e uma vista incrível. Desde a interdição para carros e motos, há quase dois anos, a barreira do Cabo Branco, em João Pessoa, virou ponto de ciclistas e corredores.

Mas o problema da erosão se agravou tanto que foi necessário tomar uma medida ainda mais radical: agora, ninguém mais passa, nem a pé.

“O ponto oriental das Américas está se acabando e fica por isso mesmo”, afirmou o ciclista Francisco de Assis.

Em vários trechos é possível ver as marcas da violência do mar, que avança em média um metro por ano, segundo estudo feito por universidades federais do Nordeste.

O problema foi mostrado no Jornal Nacional em outubro de 2014. Dias depois, a primeira interdição.

“Tem que começar a tomar as primeiras providências principalmente no que diz respeito à integridade física dos usuários”, disse o geógrafo Williams Guimarães.

Segundo a Secretaria de Planejamento de João Pessoa, o projeto de recuperação não sai do papel por falta de licença ambiental.

“Traz uma intervenção forte, tanto em continente quanto em mar, e não há possibilidade que a gente licite e contrate esse projeto, já existente na prefeitura municipal de João Pessoa, sem o prévio licenciamento ambiental”, explicou a secretária municipal de Planejamento, Daniella Bandeira.

A missão dos técnicos é tentar reduzir a força do impacto das ondas contra a barreira e recompor o material que foi sendo retirado ao longo dos anos. Isso sem falar do desafio que vem de cima. A região, que até pouco tempo era praticamente desabitada, cresceu demais, com construções demais, asfalto demais. Com isso, o solo ganhou uma espécie de camada impermeável, ou seja, a água da chuva não consegue escoar de forma adequada.

O projeto propõe basicamente o reflorestamento da região e a colocação de pedras na base da barreira, além de duas medidas para reduzir a força das ondas: o aumento da faixa de areia e a construção de barreiras no mar, os chamados gabiões.

Isso deve frear o processo de erosão que, segundo os especialistas, é irreversível, e garantir por mais tempo a tradicional foto no farol do Cabo Branco, o monumento que simboliza o ponto mais a leste das Américas.

“Como ficou perigoso, está tendo erosão, então acaba que as pessoas nem vão conhecer um ponto tão bonito e essa vista tão incrível”, lamentou a estudante Edina Amaral.

A Superintendência de Administração do Meio Ambiente do governo do estado declarou que pediu à prefeitura de João Pessoa uma série de documentos para a análise da licença ambiental. A prefeitura de João Pessoa afirma que toda a documentação já foi encaminhada.

Fonte: GLOBO
Créditos: GLOBO