Somente um exercício.
Um pequeno exercício.
O compositor Chico Limeira não é Cunha Lima.
Imaginemos que o compositor Chico Limeira é Ricardo Coutinho.
Ricardo Coutinho inaugurou o Centro de Convenções com o nome de Poeta Ronaldo Cunha Lima quando Cássio era seu aliado.
Hoje, não é mais.
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O povo chama de viaduto do Geisel porque fica perto do conjunto Ernesto Geisel.
O nome oficial da obra inaugurada por Ricardo Coutinho é viaduto Eduardo Campos.
Simples. Porque Eduardo Campos, morto tragicamente, era aliado de Ricardo.
O que quero dizer é que é usualíssimo esse critério (embora não seja o único) para a escolha dos nomes de ruas, conjuntos residenciais, praças, parques, escolas, etc.
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Chico Limeira fez uma música (o samba Imprópria) cuja letra critica os nomes que foram dados às nossas ruas e conjuntos.
O presidente Epitácio Pessoa, por exemplo, virou trapaceiro.
O senador Ruy Carneiro, moderado opositor do regime militar, também.
O jornalista Abelardo Jurema reagiu.
Há uma discussão nas redes sociais.
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Exemplos para ampliar o debate (só Valentina está na letra do samba):
A maternidade Cândida Vargas é uma homenagem a Getulio Vargas.
O conjunto Valentina Figueiredo é uma homenagem ao general João Figueiredo.
O parque Dona Lindu é uma homenagem ao presidente Lula.
São escolhas coerentes com o momento histórico em que foram feitas.
Ficam como parte da história.
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Vamos sair trocando os nomes a cada novo governo?
Ou a cada novo ciclo histórico?
Não é melhor dizer às crianças quem foram aquelas pessoas?
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O povo diz assim:
Você vai pela Tancredo Neves e volta pela Ayrton Senna.
Ou assim:
Entre na Princesa Isabel e siga até a Getulio Vargas.
Não tem problema algum.
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Não conheço o trabalho de Chico Limeira.
Todos me dizem que ele é extremamente talentoso.
Conversamos uma vez por telefone.
O tema era o samba que ele compôs em homenagem aos 30 anos das TVs Cabo Branco e Paraíba.
Gostei bastante. Parece com os sambas de Gil.
Ontem, antes de escrever esse texto, ouvi alguns sambas de Chico. Todos muito bons.
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Sobre Imprópria:
Gostei da melodia, do arranjo, da performance do artista.
A letra?
Achei pueril.
Empolga muita gente porque essa discussão tola está na moda nesses tempos medíocres.
